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Vice-campeã da Europa de basquetebol é de Rio Maior e sonha com o Benfica

Vice-campeã da Europa de basquetebol é de Rio Maior e sonha com o Benfica

Mariana Silva vai jogar no campeonato nacional de seniores aos 16 anos

Atleta do Rio Maior Basket foi vice-campeã europeia de basquetebol no escalão de sub-16 e prepara-se agora para a sua primeira época como sénior e logo no campeonato nacional. Filha de treinadores, a jovem gostava de jogar no Benfica.

Tímida, de poucas falas, mas genuína. É assim Mariana Silva, a única jogadora da região que se sagrou vice-campeã da Europa de basquetebol de sub-16, numa competição que teve lugar em Matosinhos, de 13 a 23 de Agosto. A jovem de 16 anos, de Rio Maior, também já tinha marcado presença no Euro 2014, do mesmo escalão, em que a selecção nacional se tinha classificado em 13º lugar. “A diferença foi mesmo o facto deste Europeu se ter realizado cá e de termos tido muita gente a apoiar-nos. Este ano tínhamos uma equipa mais forte, não em termos técnicos, mas em vontade e garra”, diz, explicando que ser vice-campeã europeia é uma espécie de sonho tornado realidade. Em relação ao facto de jogar pela selecção, considera especial, até em comparação com aquilo que é jogar por um clube: “Não estamos a usar a camisola do nosso clube, da nossa terrinha, estamos a usar a camisola do nosso país. É um grande orgulho porque podiam estar muitas pessoas no nosso lugar, mas não, estamos nós. Jogar pela selecção é completamente diferente. É Portugal, é o nosso país”.A mãe de Mariana, Teresa Barata, treinadora no Rio Maior Basket e adjunta na selecção nacional feminina de sub-16, avança com outra explicação para o sucesso das jovens: a maturidade. A de Mariana foi ganha, em grande parte, nos dois anos que passou no Centro de Alto Rendimento (CAR) em Lisboa, para onde foi com 14 anos. Vivia e estudava na capital de segunda a sexta-feira, regressando a casa ao fim-de-semana para treinar e jogar pelo Rio Maior Basket. No CAR fazia-o com as melhores jogadoras de basquetebol da sua idade. Recorda a dureza dos treinos, que chegavam a durar duas horas e meia, alguns antecedidos de musculação, e dos castigos que lhes eram impostos, como acordarem às 6h00 para irem correr. No final do primeiro ano, quis desistir: “É verdade que o CAR não era muito fácil mas não foi por causa de ser difícil que quis desistir, foi por causa dos papás”, confessa Mariana. “Tinha saudades”, complementa a mãe.Mãe e pai estão ligados ao basquetebol, mas é a própria Mariana que diz que esse facto até torna tudo mais difícil. “O problema dela é pensar que defrauda as nossas expectativas”, explica a mãe. Em conversa com Mariana nota-se que a jovem ainda não se sente à vontade por ter a mãe como treinadora. “Ela não me chama mãe. Chama-me stôra, como chamam aqui no clube. Lembro-me que quando lhe disse que ia ser treinadora adjunta da selecção ela não gostou nada. Disse logo que as pessoas iam insinuar que ela só estava na selecção por causa da mãe, o que não tem cabimento nenhum”. Ainda assim, e apesar de admitir que gosta mais quando os pais estão na bancada a ver os jogos, Mariana não deixa de reconhecer algumas coisas: “Ela (mãe) esteve sempre ligada ao basquetebol e sei que por isso tem muitas coisas para me aconselhar. Eu às vezes não quero ouvir mas sei que são para me tornar uma jogadora melhor. A minha mãe é a principal responsável por eu estar onde estou. Estou-lhe muito grata”.Convites para mudar de clube não faltamEm relação ao futuro, Mariana quer ir para a universidade e está indecisa entre tirar fisioterapia ou psicologia. Um problema será sempre a conciliação com o desporto, mas Mariana acredita que “vai haver sempre tempo, tem de haver sempre tempo”. Em relação ao basquetebol, tem como ambição jogar nas seniores e no campeonato nacional feminino, algo que está prestes a acontecer. Vai jogar pelas seniores tanto no Rio Maior Basket (2 ª divisão nacional), como no Torres Novas (Liga principal feminina), já que o clube riomaiorense vai funcionar como satélite do emblema torrejano. A jovem já pensou em ir jogar para o estrangeiro e até teve convite dos espanhóis do Lugo, mas também foi contactada por equipas da principal liga feminina, como o Benfica, a Quinta dos Lombos (Carcavelos) e o Grupo Desportivo da Escola Secundária de Santo André (Barreiro). “A Mariana é uma miúda muito novinha, é filha única, precisa do ambiente familiar. Faz aqui o 11º e o 12º ano e depois logo vemos”, explica a mãe. Questionada por O MIRANTE, Mariana confessa que gostava de ter ido para o Benfica, algo que ainda pode concretizar, já que a mãe garante que as portas dos quatro clubes ficaram abertas.
Vice-campeã da Europa de basquetebol é de Rio Maior e sonha com o Benfica

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