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“Tudo o que tenho na vida foi conquistado a pulso e com muito trabalho”

“Tudo o que tenho na vida foi conquistado a pulso e com muito trabalho”

José Manuel Rainho, 53 anos, empresário e membro da Escola de Toureio José Falcão

José Manuel Rainho vive em Vila Franca de Xira desde os quatro anos. Começou a gostar de tauromaquia, ainda em criança, por causa dos cavalos. Diz-se orgulhoso por pertencer à direcção da Escola de Toureio José Falcão e espera que o Museu da Tauromaquia a criar na cidade contribua para honrar toureiros, nomeadamente os da terra e divulgar a tradição. Empresário, diz que o país é bom para fazer negócios mas que, ao contrário do que alguns dizem, a crise ainda não acabou.

Foram os cavalos que me levaram a começar a gostar de tauromaquia. Desde muito pequenino, que me conheço, estive sempre ligado à tauromaquia através do meu pai e os cavalos fascinavam-me. Através deles veio o resto. Naquele tempo o toureio a pé era muito forte em Vila Franca de Xira, com o José Júlio, Mário Coelho e o José Falcão. Acabei por me apaixonar por aquela arte. Era fácil apaixonar-nos pela tauromaquia naquele tempo porque havia ambiente. Eu vivia perto do mercado e lembro-me de imensos toureiros, nomeadamente mexicanos, que ficavam hospedados no Moura. Tenho orgulho nos alunos da Escola de Toureio José Falcão. Quando vou com eles a Espanha fico maravilhado com a sua evolução. Espanha é o local ideal para se perceber o nível a que já estão em termos de aprendizagem. A minha relação com a escola de toureio começou quando fui convidado para integrar a primeira direcção do Clube Taurino. Na altura o Clube Taurino é que estava à frente do projecto, que dava os primeiros passos. Acabei por entrar em 1987/88 e até hoje nunca mais saí.Respeito as pessoas que não gostam da tauromaquia mas considero que elas não nos respeitam. São pessoas que a mim não me dizem nada. Espero que o Museu da Tauromaquia seja concretizado o mais rapidamente possível. Esta cidade merece ter um museu taurino, pelas figuras todas que teve e por toda esta gente aficionada da nossa terra. Gostava de ver nesse museu tudo o que representasse as figuras do toureio de Vila Franca de Xira. Pessoas ligadas à festa que a promoveram noutros tempos e noutras alturas. Hoje em dia o mundo dos negócios é uma selva autêntica. Temos de andar sempre em cima do cliente, não lhe dar grande liberdade, as coisas estão cada vez mais complicadas. Temos de andar muito atentos porque a concorrência é muito forte e, em alguns casos, chega mesmo a ser desleal. Sobretudo no mercado onde trabalho, que é o da alimentação animal. Temos de estar atentos ao máximo.Dizem que a crise passou mas não é verdade. Nota-se que as coisas estão a melhorar mas não estão resolvidas. Sinto que todo este optimismo está um pouco fora de tempo mas esperemos que venha a catapultar a economia para outra dimensão maior, sobretudo ao nível das vendas. Elas não são uma arte negra mas podem ser dominadas. Todos os dias me levanto motivado para trabalhar. Sou um optimista por natureza. De manhã, um pouco antes das sete horas, vou correr. Faço os meus seis ou sete quilómetros. Depois parto para a luta. Visito clientes do Minho ao Algarve. Viver em Vila Franca de Xira é bom, estamos num local estratégico e central, a 20 quilómetros da capital. Com as vias rodoviárias que temos estamos num excelente sítio.Tenho subido na vida a pulso. Nunca parei de andar e de trabalhar bastante. Durmo pouco. Para mim, cinco horas chegam para enfrentar um novo dia. É mais fácil suportar o esforço quando se gosta do que se faz e eu sou feliz no que faço, quer no meu trabalho quer na Escola de Toureio. Nasci em Estremoz e vim viver para Vila Franca com 4 anos. Sinto-me um vilafranquense. O meu pai veio trabalhar para aqui e eu tive de vir, não tinha voto na matéria naquela altura (risos). Nunca pensei voltar ao Alentejo, sinto-me bem por aqui. Nos negócios temos que ser ambiciosos, empreendedores, humildes e honestos. Quando assim é, as coisas correm bem. É o meu caso. Por norma durmo bem todas as noites. Consigo desligar-me com facilidade do trabalho, apesar de ser fácil passar a vida a pensar nele. Não durmo com a empresa debaixo da almofada. Claro que, de vez em quando, há problemas para resolver que nos tiram o sono.Gosto muito de estar com a família e com os meus amigos. Não prescindo de ver as minhas corridas de toiros e algum futebol. Sou benfiquista. Também gosto de ir ao cinema, quando posso. Confesso que depois de um dia duro de trabalho o que me dá mais gozo é chegar a casa e beber uma cerveja fresca para relaxar. E nada de falar de trabalho. Ou então passar no clube taurino ou noutro sítio onde estejam os amigos para conviver e descomprimir.Filipe Matias
“Tudo o que tenho na vida foi conquistado a pulso e com muito trabalho”

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