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Foi colega de Cristiano Ronaldo e hoje dá os primeiros passos na moda

Francisco Saturnino Cunha começou a desfilar há um ano na Moda Lisboa

Natural e residente em Alpiarça, trabalha na produção de vinho, um negócio da família há várias gerações, mas não descura experiências noutros campos. Uma lesão acabou com uma carreira promissora nos relvados, onde foi colega de equipa do actual melhor jogador do mundo. O ano passado foi convidado pelo estilista Nuno Gama para se estrear nos desfiles de moda e aceitou. Este ano repete a dose.

Francisco Saturnino Cunha jogou futebol no Sporting Clube de Portugal e Sport Lisboa e Benfica entre os 12 e os 18 anos mas uma grave lesão no joelho afastou-o dos relvados e acabou com uma carreira promissora. O ano passado teve a surpresa da sua vida ao ser convidado pelo estilista Nuno Gama para participar na Moda Lisboa, um dos eventos de moda mais conceituados do país. Tinha 29 anos, bem mais tarde do que é habitual, quando se estreou nas passerelles nacionais. O único contacto de Francisco Cunha - filho do vereador da Câmara de Alpiarça com o mesmo nome - com a moda foi quando aos 20 anos foi convidado para ir a um casting de uma agência de modelos. Ainda passou à segunda fase de testes mas desistiu e nunca mais pensou no assunto.Agora, depois da estreia no ano passado, tem feito sucesso no mundo da moda, já participou em vários desfiles e catálogos e vai repetir a presença na Moda Lisboa em Outubro. O convite de Nuno Gama foi totalmente inesperado. “Conheci-o na loja do jogador Manuel Fernandes mas não falamos mais do que cinco minutos e foi apenas conversa normal de quem acabou de se conhecer. Uns dias depois desse encontro ele liga-me a perguntar quanto é que eu media e se estava interessado em desfilar para ele. Não liguei muito e disse que achava que não tinha perfil para isso. No entanto, duas semanas depois liga-me para eu passar no ateliê dele em Lisboa. Fui lá, ele tirou-me as medidas e disse-me para estar na Moda Lisboa para desfilar”, conta Francisco Cunha a O MIRANTE.Diz que sentiu o impacto de ter participado naquele evento logo nessa noite com muita gente a contactá-lo e a felicitá-lo. Confessa ter gostado da experiência e ter ficado com o ‘bichinho’ dos desfiles. Actualmente, faz parte de uma das mais conceituadas agências de modelos do país, a L’Agence, e tem feito trabalhos com regularidade. O vinho é a sua profissãoFrancisco Cunha, garante que este é apenas um passatempo que lhe dá prazer. Licenciado em Economia, a sua actividade profissional é trabalhar na empresa de vinhos da sua família, onde faz de tudo um pouco. Em época de vindima levanta-se às seis da manhã e vai para o campo. Faz a vindima e anda na adega a acompanhar os trabalhos. “Quero dar continuidade a este negócio que começou há várias gerações na nossa família. O negócio nunca é fácil mas temos apostado forte na internacionalização e as coisas não estão a correr mal. Temos que continuar a trabalhar muito”, refere.Francisco Cunha admite ser um bom garfo e ter perdição por bolos. Agora, com esta incursão no mundo da moda tem cuidados redobrados com o corpo e intensificou a prática desportiva. Confessa que tenta fazer uma alimentação saudável mas quando comete o pecado da gula compensa na semana seguinte com mais tempo de ginásio e corrida.Colega de equipa de Cristiano Ronaldo no SportingFrancisco Cunha nasceu a 12 de Fevereiro de 1985 em Alpiarça. Começou a jogar futebol no Águias de Alpiarça e cedo mostrou talento. Jogava a ponta de lança, ala esquerdo e defesa esquerdo. Fez uns treinos no Sporting e foi para o clube de Alvalade com 12 anos. Aos 16 mudou-se para o rival Benfica. Com um futuro promissor nos relvados lesionou-se com gravidade num joelho. Uma rotura de ligamentos cruzados obrigou-o a ser operado três vezes. Ainda tentou a sua sorte em Inglaterra e França mas deixou de jogar futebol com 20 anos. “Foi uma tristeza muito grande ter que abandonar o futebol porque aos 12 anos investi muito nesta minha paixão. Só estudava e jogava futebol e mal via a minha família. Não foi fácil quando de um momento para o outro tudo acabou”, recorda.Entrou no Sporting no mesmo dia que Cristiano Ronaldo e jogaram na mesma equipa. Aos fins-de-semana o melhor jogador do mundo da actualidade chegou a ficar em casa de Francisco Cunha, em Alpiarça. O jovem recorda um miúdo muito “persistente” e “obstinado”. Quando jogavam nos infantis, em todos os torneios, nacionais e internacionais, Ronaldo era sempre o melhor jogador em campo. “Uma vez fomos jogar ao torneio de Loulé e o prémio para o melhor jogador em campo, em cada jogo, era um voucher num empreendimento turístico. Ele ganhou tudo”, lembra bem-disposto. Francisco conta ainda que enquanto a maioria dos miúdos queria era jogar playstation, Ronaldo fugia do segurança do centro de estágios de Alvalade e ia para o ginásio treinar à noite. “Ele sempre foi muito competitivo e detestava perder”, diz.“O meu pai ainda vai ser presidente da Câmara de Alpiarça”Francisco Cunha tem acompanhado a incursão do pai na política quando apresentou a sua candidatura à presidência da Câmara de Alpiarça em 2013. O jovem admite que nunca esperou que o pai avançasse, apesar de sempre ter achado que tinha perfil para ajudar, fazer alguma coisa pelo seu concelho e desenvolver projectos de qualidade. Quando o pai lhe disse que se ia candidatar apoiou-o incondicionalmente. Participou na campanha eleitoral, ajudou a fazer obras na sede do partido e ajudou em tudo o que pôde. “Alpiarça é uma terra muito complicada politicamente, não conheço nenhuma terra como esta. Preferia que ele se dedicasse só à empresa mas ele toma as decisões que quer e eu apoio sempre”, considera.Francisco Cunha faz um balanço positivo da actividade política do seu pai. Diz que tem levantado muitos problemas importantes, “que têm que ser falados”, e tem defendido o concelho. “Que faça uma oposição forte para que quem está no poder saiba que tem que fazer alguma coisa pelo desenvolvimento de Alpiarça. Não podem ficar só a ver passar o tempo. Sei que o meu pai ainda vai ser presidente da Câmara de Alpiarça”, afirma. O jovem garante que se interessa pela política mas acha que “não teria paciência para aturar” algumas coisas pelas quais o seu pai tem passado com a política. Diz que Alpiarça parou no tempo e não tem nada que prenda a população a continuar a viver no concelho.

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