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Formação é o presente e o futuro do Rugby Clube de Santarém

Formação é o presente e o futuro do Rugby Clube de Santarém

Colectividade comemora em 2015 vinte anos de existência

A equipa sénior masculina está no segundo escalão nacional da modalidade, mas é nos escalões jovens que se centra a prioridade da direcção. São centenas de crianças a praticar desporto no campo da antiga Escola Prática de Cavalaria, agora a casa do rugby em Santarém.

O Rugby Clube de Santarém (RCS) comemora, em 2015, vinte anos de existência. Nos últimos seis, sete anos, tem desenvolvido uma grande aposta na formação, com vários escalões a funcionar com regularidade. São eles os sub-8, sub-10, sub-12, sub-16 e sub-18. São centenas de crianças a praticar desporto no campo da antiga Escola Prática de Cavalaria (a casa do RCS desde o ano passado), numa aposta que é mesmo considerada a prioridade do clube.“É algo que é para manter sempre. Enquanto eu for presidente e puder decidir a estratégia para o clube, a formação é a prioridade. Não sei o que vai acontecer no futuro mas, se tudo correr bem, daqui a 20 anos podemos ambicionar ser um clube como são os clubes ingleses, que conseguem ter escolas excepcionais, com 50 miúdos em cada escalão”, diz o presidente do clube, George Stilwell. Nesse sentido a captação de jovens tem corrido bem apesar da concorrência de outras modalidades. Segundo o presidente, cada vez há mais jovens a aparecer para jogar rugby, mas, ainda assim, novas acções de recrutamento estão a ser preparadas. “A captação de jovens tem sido feita de boca em boca mas a nossa intenção é começar também a fazer formação nas escolas. O rugby é um desporto que para a maior parte das pessoas ainda é um bocado esquisito e por isso ir às escolas fazer uma demonstração não é fácil. Mas vamos apanhando assim alguns jogadores”, explica George Stilwell.Além dos cinco escalões de formação, o RCS tem uma equipa de seniores que disputa o campeonato nacional da I divisão (segundo escalão da modalidade). A evolução é clara de ano para ano mas a subida à divisão de honra (primeiro escalão) não é opção, pelo menos a curto prazo: “Talvez seja prematuro. Poderia ser dar um passo maior do que a perna e às vezes é preferível ir devagarinho, construindo a estrutura, não deixando isto descambar para sonhos demasiado irrealistas que possam levar isto abaixo”.A equipa sénior é composta na maioria por jogadores de Santarém (apenas dois ou três são de fora). O clube pondera, porém, vir a contratar jogadores estrangeiros que no futuro possam ajudar na subida de divisão. Se o custo com os jogadores é inexistente, visto que nenhum deles recebe para jogar, ter uma equipa no segundo escalão nacional já implica esforços financeiros. “Temos de pagar a inscrição, temos de pagar os seguros e temos de pagar as deslocações. Ir a Loulé jogar sai caro, ir a Arcos de Valdevez jogar sai caro. Este ano temos sorte que o Loulé desceu para a segunda divisão. Não é nada contra o Loulé mas é verdade que é longe”, admite o presidente. Quanto às principais dificuldades prendem-se com os apoios: “Não se pode dizer que temos muitos e os que temos são insuficientes mas, com o nosso trabalho, vamos andando para a frente. Claro que quando começámos a vir para aqui (Escola Prática de Cavalaria) foi mais fácil arranjar apoios porque aqui a visibilidade é outra”. A ligação do clube com a cidade é que ainda é de afastamento, embora tenha melhorado com a passagem do CNEMA para a Escola Prática. As melhorias não se traduziram, no entanto, em público escalabitano a ver os jogos. Na bancada costumam estar essencialmente familiares dos jogadores. “Obviamente que não conseguimos atrair o público que o futebol atrai. As regras do rugby também são um bocado confusas mas isso vai-se vencendo pouco a pouco. Há aqui muita gente que nunca tinha visto rugby e agora tem aqui os filhos e está cá sempre a ver os jogos”.Em relação aos sócios são cerca de 500, mas muitos não pagam quotas. O plano é voltar a chamar para o clube quem se distanciou: “É o que estou a fazer. Estou a mandar e-mails a perguntar se as pessoas querem continuar a ser sócias ou não. E quase todas têm dito que sim”, conta o presidente.Presidente é treinador e foi jogador e capitãoGeorge Stilwell, de 52 anos, é o presidente do Rugby Clube de Santarém (RCS) há cinco anos. Tem como principal curiosidade o facto de ter jogado na equipa sénior do RCS até ao ano passado, chegando a acumular três cargos: presidente, jogador e treinador, uma vez que também é o técnico do escalão de sub-12 do clube. Jogar estava no topo das preferências de entre os três ofícios“Até há dois, três anos jogava regularmente, fazia os jogos inteiros. Era um bichinho do qual não me conseguia libertar. Só talvez dois ou três dos jogadores mais novinhos ou algum que tivesse entrado vindo de outra equipa é que não me conheciam como jogador, porque todos os outros olhavam para mim primeiro como capitão e o número oito e só depois como presidente. Aqui não há cerimónias. Sou como eles”, afirma humildemente.Em Junho de 2016 vão haver eleições no clube e George Stilwell já decidiu o que vai fazer: “De certeza que não me vou recandidatar. Isto ocupa muito, muito tempo. Eu sou professor universitário, sou pai. Vou continuar ligado ao clube como treinador, como pessoa activa, mas vou tentar passar isto a alguém que agora dê, durante três anos, o corpo ao manifesto e que esteja aqui para tudo”, revela.
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