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Câmara de Vila Franca de Xira pondera comprar instalações da antiga Cimianto

Câmara de Vila Franca de Xira pondera comprar instalações da antiga Cimianto

Alberto Mesquita admite que a compra da totalidade das antigas instalações da fábrica é um negócio interessante, mas quer primeiro um estudo ambiental para saber o que existe naqueles terrenos e quanto custará a remoção dos inertes.

O município de Vila Franca de Xira começou por estar interessado em comprar apenas uma parcela dos terrenos da antiga fábrica da Cimianto, em Alhandra, mas actualmente não descarta a possibilidade de lançar-se num negócio para a compra da totalidade das instalações.A possibilidade foi deixada em aberto pelo presidente do município, Alberto Mesquita (PS), na última reunião pública do executivo. “Parece-me interessante adquirir a Cimianto”, disse o autarca. Mas o espaço pode ser como um gato escondido com rabo de fora. Se por um lado as instalações estão com um preço de venda “bem mais baixo do que os oito milhões pedidos inicialmente”, por outro o espaço tem o que Mesquita disse ser um “possível passivo ambiental gravíssimo”, derivado da produção da fábrica, que operava com fibrocimento e amianto. Há inclusive aterros dentro da propriedade contendo vários resíduos mergulhados em água.“Tem esses problemas, que provavelmente serão graves, e que terão custos para resolver além do preço de compra”, explica o autarca. Alberto Mesquita quer primeiro um estudo ambiental da zona antes de tomar qualquer decisão. “É preciso ter cuidado e analisar. Provavelmente as estruturas existentes também serão todas para demolir”, reflectiu.O autarca falou do assunto depois do vereador Rui Rei, da Coligação Novo Rumo, ter defendido que a câmara devia comprar a Cimianto e o complexo da Marinha para neles resolver, entre outros, o problema da falta de um campo de futebol para o Alhandra Sporting Club e o alargamento do campo de futebol do Vilafranquense. “Era aqui que deviam investir para criar um verdadeiro parque à porta da cidade e conseguir regenerar toda aquela zona”, defendeu Rui Rei.Mesquita explica que “ideias há muitas” para aqueles terrenos perto da zona ribeirinha, tanto da Marinha como da Cimianto, mas que o problema é conseguir concretizá-las. A compra de uma parte dos terrenos da Cimianto para fazer o campo do Alhandra Sporting Club é um imbróglio antigo que, apesar dos vários avanços e recuos, nunca teve solução. Entretanto centenas de crianças continuam a praticar desporto no campo antigo, chamado Campo da Hortinha, sem condições, pelado e que fica inundado sempre que chove com mais intensidade.Em 2013, recorde-se, as instalações da empresa Cimianto foram colocadas à venda por oito milhões de euros mas não apareceu comprador. Além do terreno total (com cerca de 98 308 metros quadrados) a venda incluiu também a unidade fabril de produção de fibrocimento, os moldes, maquinaria, lista de clientes e lista de fornecedores. O processo de insolvência correu termos no Tribunal do Comércio de Lisboa depois de a empresa ter parado a produção de telhas e outros materiais de fibrocimento para a construção civil em Maio de 2009. Na altura a Cimianto acumulava dívidas de 10 milhões de euros.Seguiu-se um atribulado plano de viabilização, onde o então presidente do conselho de administração pretendeu vender à Câmara de Vila Franca três hectares de terreno da empresa para salvar a fábrica mas o negócio não se concretizou por falta de acordo. A Cimianto acabaria por entrar em insolvência no final de 2011, despedindo os seus 85 trabalhadores. Fundada em Setembro de 1942, foi durante décadas uma das maiores empresas do concelho de Vila Franca de Xira.
Câmara de Vila Franca de Xira pondera comprar instalações da antiga Cimianto

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