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“Por vezes cai-se no exagero de dizer mal até do que está bem”

“Por vezes cai-se no exagero de dizer mal até do que está bem”

Um antigo futebolista é o novo rosto da oposição socialista na Câmara de Benavente

Luís Semeano assumiu as rédeas da vereação socialista em substituição do cabeça de lista José Rocha. Ex-futebolista com passagens pelo Benfica e outros emblemas, quer fazer a diferença na política local, jogando ao ataque quando for preciso mas sem cair em exageros.

Luís Semeano, 42 anos, é o novo vereador do PS na Câmara de Benavente. E pretende marcar a diferença no cenário político e também relativamente ao seu antecessor, com uma intervenção mais activa, trazendo os problemas das pessoas para as reuniões de câmara. Nascido em Benavente, este engenheiro pauta-se por intervir mais do que o anterior colega de bancada, mas sempre num tom mais cordato que não quer, no entanto, que confundam com passividade. “Esperamos ter uma vereação mais activa daqui para a frente. Faz falta, as pessoas têm medo de assumir. Por vezes nem é fácil ter pessoas para as listas. Quando se diz que se é do PS, parece que têm medo de assumir. Até percebo, porque toda a gente em Benavente tem familiares que são funcionários da câmara. Não sei se já houve represálias por isso”, afirma.Com um passado futebolístico, Luís Semeano não vai entrar na política a pés juntos, mas atacará se tiver necessidade. “Na vereação tenho ido devagar e a apalpar terreno, porque é uma aventura nova, desconhecida. Mas não tenho postura de criticar por tudo e por nada. Por vezes cai-se no exagero de dizer mal até do que está bem. Quem está nas vereações tem de tentar colaborar, independentemente das ideologias. Por parte do presidente da câmara há essa preocupação, mas vamos ver se passo desta posição de médio de organização para a de ponta de lança”, assume.Luís chega à política por um convite de Pedro Pereira, líder da concelhia do PS, que conhece desde infância do mundo do futebol e também por serem da mesma localidade. É independente, mas sempre se identificou com o PS e, por isso, aceitou entrar nas listas das autárquicas em 2013 como número dois à câmara, mesmo que isso tenha significado ouvir algumas bocas dos que diziam que “também quer tacho”. Substitui agora José Rocha. “Se assumimos um compromisso temos de estruturar a nossa vida em função dele. Devemos ir de freguesia em freguesia para saber, junto das pessoas, quais as necessidades que têm, para lhes dar mais qualidade de vida”, frisa.Entre as funções na autarquia, a direcção do gabinete de explicações, que é a sua actividade profissional primária neste momento, e as deslocações de Salvaterra de Magos, onde reside, para Benavente, confessa que foi uma ginástica complicada de início, “porque há muitos dossiês a estudar”. No entanto, uma certeza pode deixar. “Se for convidado, continuo. Tem de haver quem faça oposição. Senão faziam tudo o que queriam. Agora há oposição e há coisas que passam cá para fora e que as pessoas têm de saber, para perceberem que não é tudo às mil maravilhas como querem fazer crer. Já detectei várias situações que não são tão límpidas como dizem”, afirmou.Do desporto às explicações com passagem pela engenhariaPassagens pelo Benfica, Atlético e Benavente, neste último como jogador e treinador, marcam a carreira de Luís Semeano, médio polivalente, que também tinha jeito para o andebol. Aos 37 anos colocou um ponto final na carreira de futebolista, com algum custo. “Comecei no Grupo Desportivo Benavente no futebol e jogava também andebol, até aos 12 anos. Surgiu a oportunidade de ir treinar ao Benfica, aos iniciados, e lá fiquei, abandonando o andebol. Fiz lá a minha formação e depois comecei a jogar na 2ª divisão até aos 37 anos. Custou a abandonar, mas tive um convite para treinar em Benavente e quis experimentar. Agora estou afastado”, diz. O bichinho ficou, mas é pouco o tempo para a actividade física. “Formei-me em Engenharia Civil, apesar de não exercer, porque é um mercado complicadíssimo. Tenho um pequeno gabinete de explicações, onde faço apoio ao estudo, na Matemática e em Físico-Química, aqui em Salvaterra”, explicou.
“Por vezes cai-se no exagero de dizer mal até do que está bem”

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