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Descobriu a paixão pela escrita durante uma baixa prolongada

Descobriu a paixão pela escrita durante uma baixa prolongada

Custódio Raposo é desenhador e apresentou o seu segundo livro em Alpiarça, sua terra natal
Custódio Raposo nasceu em Alpiarça há 57 anos. É desenhador de profissão e só há cerca de um ano descobriu a paixão pela escrita. Uma lesão no ombro direito, onde o tendão começou a rasgar, deixou-o de baixa prolongada, situação em que ainda se encontra, num processo de recuperação lento e doloroso. Sem poder praticar pesca nem pintura, os seus passatempos preferidos, começou a recordar as memórias dos tempos que passou em Alpiarça (onde viveu até aos 20 anos) e do que os seus pais e avós lhe contavam e colocou tudo no computador. Depois de escrever um dos capítulos do primeiro livro - publicado o ano passado - decidiu enviá-lo ao professor universitário e actual candidato a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.Fê-lo por email e ficou espantado quando na manhã seguinte tinha a resposta do ex-comentador político na sua caixa de correio electrónico. “Disse-lhe que eu não tinha tido o prazer de o conhecer pessoalmente mas que a minha mãe já lhe tinha vendido uns melões, quando ele parou para comprá-los à beira da Estrada Nacional em Vale de Cavalos, há muitos anos. Deu-me a sua opinião sobre a minha escrita e explicou-me que revelava que era um iniciante neste mundo, que tinha que mudar algumas coisas mas incentivou-me a continuar e a não desistir. Aquilo deu-me coragem para continuar”, recorda Custódio Raposo a O MIRANTE.Depois do primeiro livro, o desenhador lançou no sábado, 31 de Outubro, no auditório da Casa-Museu dos Patudos, em Alpiarça, o seu segundo livro, intitulado “Filho do Vento”. Desta vez aventurou-se na ficção e conta a história de um jovem que decide sair da sua pequena terra para um grande centro urbano e lá vai viver muitas histórias e descobrir muitas coisas.Custódio Raposo recorda que sempre gostou muito de ler. Com oito anos lia livros na loja de um sapateiro de Alpiarça, que tinha obras proibidas naquele tempo de ditadura, e que partilhava com os amigos. Entretanto, com 20 anos, saiu de Alpiarça à procura de emprego, que encontrou em Castanheira do Ribatejo (concelho de Vila Franca de Xira), e pôs as leituras de lado. Descobriu a pesca e apaixonou-se por esse desporto. Vive em Alenquer há quase 40 anos com a esposa. Tem dois filhos e um neto. Aos 45 anos tirou um curso de Pintura e Desenho na Escola Secundária Artística António Arroio, em Lisboa. Regressa a Alpiarça com regularidade para visitar os pais e os amigos. Já está a trabalhar no próximo livro e confessa que com esta nova faceta se está a conhecer a si próprio. “Isto é tudo uma novidade para mim e vou ver no que vai dar”, conclui.
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