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Pace.Makers não deixam ninguém para trás

Pace.Makers não deixam ninguém para trás

Grupo informal de Santarém corre e caminha às sextas-feiras. Todas as semanas recebem novos elementos de todas as idades e, um ano depois da fundação, já são às dezenas. A amizade e o convívio são as grandes motivações.

Os Pace.Makers são um grupo de Santarém fundado por mais de 20 pessoas com paixões em comum: a corrida e a caminhada. Tiveram o primeiro treino no dia 1 de Novembro de 2014. Começaram poucos mas hoje, um ano depois, são sempre entre 80 e 100 pessoas que, todas as sextas-feiras à noite, vestidos de negro, (ou, em alternativa, azul) percorrem Santarém a caminhar ou a correr.“É um grupo de amigos que se juntou. Corríamos sozinhos ou noutros grupos e tínhamos um objectivo comum: correr juntos e fazer com que mais pessoas se juntassem a nós. Criámos um dia para corrermos todos juntos, por mais diferente que seja o ritmo. O grupo tem vindo a crescer, as pessoas têm-se vindo a juntar e têm compreendido a nossa mensagem, que é correr e andar em conjunto e ninguém ficar sozinho. O fundamental é ninguém ficar para trás”, explica um dos elementos fundadores, Pedro Gouveia.Hoje os Pace.Makers conseguem juntar dezenas e, às vezes, para lá de uma centena de pessoas junto ao coreto do Jardim da República. São pessoas de todas as idades, das mais variadas profissões e de ambos os sexos. Tomam conhecimento da existência do grupo através do facebook mas é o passa palavra o sistema mais eficaz de divulgação e angariação de novos elementos. Muitos passaram a correr na rua devido à crise. “Houve uma debandada dos ginásios e as pessoas perceberam que há formas de fazer manutenção menos onerosas”, diz Pedro Gouveia.As motivações para a corrida e caminhada são diversas e variam de pessoa para pessoa. Uma motivação clássica é a perda de peso, mas as explicações são várias: “A própria prática do exercício físico acho que é uma das principais. E depois as pessoas também começam a perceber que somos um grupo que recebe bem, que valoriza o convívio”, refere João Rodrigues. Os Pace.Makers são um grupo informal. Neste ano de existência nunca tiveram a tentação de se constituir como uma associação. “Podemos não beneficiar de patrocínios, podemos não beneficiar de apoios da câmara mas tem corrido bem e, por isso, é assim que nos queremos manter”, conta Pedro, com Luís Baptista a explicar um pouco melhor: “A partir do momento em que as pessoas dizem “eu é que sou o presidente” acham que depois passam a ter mais poder que os outros. Com isso começa-se a perder parte da amizade e é isso que nós não queremos que aconteça. Aqui todos temos o mesmo poder e estamos todos em pé de igualdade”.Em Santarém existe outro grupo de corrida, o Scalabis Night Runners, mas os Pace.Makers recusam estar na sombra desse grupo: “Temos uma oferta complementar à deles. Eles são, de facto, pessoas que divulgam o atletismo, mas com o intuito de fazer resultados. Nós é sobretudo trazer pessoas para a prática do desporto”, explica Pedro. Entre os dois grupos não existe má relação: “Isso não passa de um mito urbano. Não temos qualquer tipo de animosidade com eles, antes pelo contrário”, esclarece Pedro Gouveia.Correr é perder peso mas também ser solidárioOs Pace.Makers têm, pelo menos, cinco elementos que, devido ao exercício físico, já perderam um número acentuado de quilos. Pedro Gouveia perdeu 16, Vanda Fernandes 22 e Osvaldo Cipriano e Paulo Branco uns redondos 30.“Eu estava super gordo e o Pedro trouxe-me para os treinos. Quando perdi os primeiros 5 quilos isso deu-me força. Depois perdi mais uns tantos e ao ver o peso a baixar fiquei ainda com mais força. Agora, tenho sempre aquele medo de voltar ao que era, principalmente se algum dia me acontecer alguma coisa e tiver de parar de correr”, diz Osvaldo.Já Pedro reconhece que foi importante na ajuda ao amigo: “Os primeiros treinos foram muito difíceis para ele. Ficávamos só os dois e eu ficava com ele senão ele ficava completamente sozinho. Foi uma forma de ele não desistir. Se eu não tivesse ficado para trás, se calhar o Osvaldo não tinha perdido os 30 quilos. Aquilo que eu fiz pelo Osvaldo, fez o Osvaldo por outros”, recorda.Os Pace.Makers são também um grupo com uma vertente solidária. Já enviaram material escolar para África, já ajudaram a Associação Scalabitana de Protecção dos Animais e, inclusivamente, já ajudaram de forma decisiva Liliana Costa, escalabitana de 41 anos que trava uma luta contra o cancro: “Além de uma caminhada que reverteu a favor da Liliana, pedimos à câmara para nos disponibilizar um espaço na feira de S. José, em Março, e tivemos lá uma banca com rifas. Conseguimos angariar algum dinheiro, que foi suficiente para ela, na altura, fazer o tratamento que precisava. Foi-lhe entregue o cheque aqui no treino e ela tem vindo caminhar connosco sempre que consegue”, conta Pedro Gouveia.
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