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Instituições não podem ficar de braços cruzados perante a problemática do envelhecimento

Instituições não podem ficar de braços cruzados perante a problemática do envelhecimento

Dirigentes e especialistas debateram o tema em Vila Franca de Xira

Idosos que vivem em solidão e com pouca autonomia é um dos problemas a combater. Hospital de Vila Franca de Xira reuniu parceiros e criou projecto inovador para melhorar a qualidade de vida dos mais velhos e tentar acabar com o abandono hospitalar.

Ainda há um longo caminho a percorrer para sanar todos os problemas que se levantam ao nível das respostas dadas à problemática do envelhecimento e as instituições que apoiam idosos não podem ficar de braços cruzados à espera que as soluções apareçam por milagre. A ideia foi defendida a várias vozes ao longo de um seminário sobre o tema realizado pelo Centro de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira (CBEI) na quarta-feira, 28 de Outubro, no Museu do Neo-Realismo.“A nossa sociedade tem que perceber que o envelhecimento faz parte da realidade. Tem que dar respostas, tem de se adaptar a este fenómeno, que não tem precedentes na nossa história. Há sempre limitações mas muitas vezes não são só de natureza financeira e económica. Há questões culturais, há que mudar hábitos. As instituições têm de ser dinâmicas, olhar para a frente e perceber que a resposta tem de ser dada imediatamente”, defende José Carlos Batalha, presidente da Federação das Instituições da Terceira Idade e da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Lisboa. O dirigente afirma a O MIRANTE que “tudo é urgente” e elogia o bom exemplo de Vila Franca de Xira nos cuidados aos idosos. “É preciso soluções locais de parceria, um olhar diferente, olhos nos olhos”, defendeu.Maria Assunção Lopes, presidente do CBEI, lamentou a falta de resposta existente para a terceira idade e sobretudo de acompanhamento dado aos mais velhos que vivem sozinhos ou saem de unidades de saúde após os internamentos. “As famílias têm as suas actividades, não podem dispor de tempo para os mais velhos e é nessa vertente que queremos actuar. Dar uma resposta premente e necessária. Sempre em parceria. Isto só funciona se funcionarmos todos, as diferentes instituições e serviços, em conjunto”, defende.Já Nuno Silva, em representação da directora do Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa, destacou no mesmo seminário a necessidade da população se preparar para o “impacto” do crescente número de idosos no país e na região, notando a urgência de novas medidas que permitam salvaguardar pensões, acesso a cuidados de saúde e uma vida de bem-estar aos mais velhos. Combate ao abandono hospitalarAinda há idosos que são abandonados pelos familiares e pelos próprios filhos quando chegam à cama dos hospitais, ficando entregues à sua sorte. Para muitos filhos, o dia em que os pais recebem a alta é também o dia de maior preocupação e são bastantes os que tentam adiar essa data. Para combater a tendência e ao mesmo tempo proporcionar uma melhor qualidade de vida aos seniores, o Hospital de Vila Franca de Xira, em parceria com o agrupamento de centros de saúde e a Escola Superior de Enfermagem, lançou um programa para auxiliar o regresso dos mais velhos a casa. O “Articular para melhor cuidar” visa gerir uma transição segura entre o hospital e a comunidade, criando processos de preparação para os familiares e cuidadores saberem como agir perante as patologias apresentadas pelos idosos que terão de continuar a ser seguidos em casa. Coisas simples como ajudá-los a levantarem-se da cama, alimentação por sondas ou outros tratamentos.Evitar sequelas e reinternamentos, permitir maior rapidez na recuperação clínica e aumentar a segurança e a qualidade após a alta médica são os principais objectivos do programa, apresentado no mesmo seminário pela enfermeira directora do hospital, Maria José Lourenço. Os números apresentados pela responsável apontam para um aumento do número de seniores internados naquela unidade, sobretudo com idades acima dos 80 anos, a maioria com doenças crónicas e níveis de dependência elevados.
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