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Ocuparam-lhe o terreno com uma capela e ainda tem de pagar o IMI

Ocuparam-lhe o terreno com uma capela e ainda tem de pagar o IMI

Câmara do Cartaxo já investiu perto de 200 mil euros no templo de Casais da Amendoeira, implantado parcialmente em propriedade privada e que ainda está por concluir. Terreno continua por pagar e o dono ainda tem de pagar o IMI.

Em Casais da Amendoeira há uma capela a precisar de um milagre que a tire de uma embrulhada que se arrasta há pelo menos uma década. O templo está metade num terreno cedido para o domínio público e outra metade num lote privado, que foi ocupado sem ter sido adquirido pelo município. A Câmara do Cartaxo já investiu perto de 200 mil euros na construção do edifício que para alguns populares tem uma imponência exagerada para uma terra tão pequena, onde o saneamento básico ainda está para chegar e a escola está em risco de fechar por ter poucos alunos. Para compensar o atraso na conclusão da capela chegaram a realizar-se missas no centro cultural e recreativo, que acabaram pouco tempo depois por falta de fiéis. O proprietário do lote onde está parte da construção, Jaime Malta Vacas, ficou impedido de vender o lote para urbanizar, devido à ocupação que foi feita do terreno. Como se não bastasse o facto de a autarquia não ter feito contrato para aquisição do espaço nem lhe ter pago o valor do terreno, o proprietário teve de pagar todos os anos o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Para desbloquear a situação Jaime Malta Vacas apenas pede que a situação seja legalizada, que a autarquia lhe pague o valor pelo qual foi avaliado o lote pela Finanças, cerca de 20 mil euros, mais os valores do IMI que liquidou até agora. Esta é mais uma dor de cabeça para a Câmara do Cartaxo, atulhada em dívidas e que no final de 2014 tinha três dezenas de edifícios que nunca foram registados em seu nome, porque não foram feitas as escrituras de aquisição dos terrenos onde foram construídos. O actual presidente do município, Pedro Magalhães Ribeiro, promoveu recentemente uma reunião com o proprietário, a Junta de Freguesia de Pontével e a comissão para a construção da capela, na tentativa de resolver a situação. A ideia de construir o templo, que inclui casa mortuária e salão para actividades religiosas, como catequese, surgiu porque Casais da Amendoeira “era o único lugar da freguesia que não tinha um espaço religioso”, refere José Francisco Fernandes, membro da comissão da capela. Para o habitante e fundador da colectividade da terra, a construção de um espaço de culto é uma ambição da população há 40 anos. José Francisco Fernandes justifica que havia uma necessidade de construir a capela para que “não viessem dizer que não fazemos nada pela população em termos de educação religiosa”.O edifício começou a ser construído com dinheiro angariado pela comissão, com materiais doados e com a comparticipação da câmara. A obra está quase pronta mas os últimos acabamentos estão por fazer há dois anos porque, explica José Francisco Fernandes, acabou-se o dinheiro. Na localidade as opiniões dividem-se sobre a necessidade de uma capela destas dimensões mas todos consideram que, estando quase pronta, deveria ser colocada em funcionamento. Apesar de ser um edifício que se destaca pela sua dimensão, José Francisco Fernandes conta que o primeiro projecto aprovado pela Diocese de Santarém era muito maior. A capela, onde ainda não houve missa, já teve pelo menos uma utilização, mas sem nada a ver com religião. Pouco tempo antes das autárquicas de 2013, o então presidente da câmara, Paulo Varanda, que tinha sido eleito pelo PS mas que concorreu nestas eleições num movimento independente, levou uma comitiva a visitar o edifício.
Ocuparam-lhe o terreno com uma capela e ainda tem de pagar o IMI

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