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Dérbi entre União de Almeirim e Fazendense já teve mais paixão

Dérbi entre União de Almeirim e Fazendense já teve mais paixão

O MIRANTE foi ver como está a rivalidade entre os dois principais clubes do concelho e constatou que ela ainda existe mas mais moderada

No jogo de domingo, em Almeirim, não se viram cenas de pancadaria nem discussões acesas. E até o árbitro teve uma tarde pacata. “Hoje o pessoal é mais civilizado”, sintetizou um adepto. O União venceu 4-3 os vizinhos de Fazendas de Almeirim.

O MIRANTE foi à bola na tarde de domingo, 15 de Novembro, assistir ao dérbi do concelho de Almeirim, entre as equipas do União de Almeirim e do Fazendense, a contar para a Taça do Ribatejo da Associação de Futebol de Santarém. Venceram os da casa por 4-3 num jogo renhido mas onde o ambiente de rivalidade já não é o mesmo de outros tempos.Minutos antes do início da partida os adeptos iam chegando em bom número. A bancada central não encheu porque as pessoas preferiram concentrar-se junto ao bar do campo. Nas colunas do estádio ouvia-se a Bandalusa com a música “Quero Eurocu”. A entrada das equipas no relvado natural fez-se ao som do hino do União de Almeirim. Momentos antes já o “speaker” de serviço tinha anunciado os nomes dos jogadores do clube da casa. Não é habitual no futebol distrital ver-se muito público nas bancadas, mas este jogo foi uma excepção. Perto de seis centenas de pessoas marcaram presença no Estádio D. Manuel de Mello em Almeirim, a casa do União. O público masculino estava em maioria mas as mulheres também marcaram forte presença. Foi o caso de Luísa Lucas, que não parou de tirar fotografias durante todo o jogo. Luísa assiste a todos os jogos do União porque o filho, Nuno Lucas, é jogador, e o marido, Francisco Lucas, faz parte da equipa técnica. Quando lhe perguntamos qual a equipa que está a jogar melhor, Luísa não tem dúvidas: “O União de Almeirim, claro!”. O filho de Luísa Lucas acabaria por sair lesionado já na segunda parte do jogo. Ainda foi assistido pela fisioterapeuta do União dentro do recinto de jogo, mas Catarina Penteado, a “Eva Carneiro” do clube de Almeirim, decidiu que o melhor era a substituição do jogador. Não é habitual haver mulheres no futebol distrital com estas funções. A fisioterapeuta está no clube há três épocas consecutivas e garante a O MIRANTE que “ainda não brigou com o mister”. Catarina explica que no início, os jogadores, “reagiram com espanto por ser uma mulher dentro do balneário, mas hoje já há muitas mulheres com estas funções e para eles, já é habitual”. Há muitas lesões no clube mas a fisioterapeuta garante que não é por causa dela. “Deve ser desta geração” diz a sorrir. Rui Marques está junto ao bar. É de Almeirim mas reside em Fazendas de Almeirim e por isso é adepto das duas equipas. Diz a brincar que só pagou “um bilhete para apoiar os dois clubes e assim sai mais barato”. Na opinião do adepto dos dois emblemas, o jogo estava a ser “bem disputado” e o desejo era que “vencesse o melhor”. Presidente também foi à bolaO mesmo desejo tinha Pedro Ribeiro, presidente do município de Almeirim. “Que ganhe o melhor, é isso que interessa, não posso apoiar nem um nem outro”, explica num registo politicamente correcto. O autarca diz que é normal assistir a jogos de futebol que envolvam equipas do concelho. Normalmente “dá uma volta para assistir a vários jogos”, mas no dérbi assistiu ao jogo do principio ao fim. António Costa e Casimiro Pereira são amigos de longa data. Já não se viam há muito tempo e reencontraram-se no jogo. No bar relembram os “velhos tempos” em que os dois “jogavam à bola”. Cada um tem um copo de tinto na mão. António apoia o União enquanto Casimiro é adepto do Fazendense. Casimiro conta a O MIRANTE que antigamente havia “mais bairrismo e bastante rivalidade entre as duas equipas”. Hoje as coisas estão mais calmas. “Chegou mesmo a haver algumas rixas entre adeptos mas isso já acabou tudo, hoje o pessoal é mais civilizado”, refere. Casimiro ficou espantado por haver muito público e conta que em certos jogos do Fazendense em casa “há mais jogadores em campo que adeptos na bancada”.A opinião geral dos adeptos de ambas as equipas era de que o Fazendense esteve melhor na primeira parte mas o União de Almeirim conseguiu recuperar na segunda metade do jogo que os da casa venceram por 4-3. A ex-estrela do Sporting e do Benfica, Jorge Cadete, agora a trabalhar no União de Almeirim conta a O MIRANTE que “não há muitas diferenças entre um dérbi da distrital e da primeira divisão. Um dérbi é sempre um dérbi e os momentos que se vivem dentro do balneário têm a mesma intensidade, os jogadores também vivem a mesma ansiedade”, explica.
Dérbi entre União de Almeirim e Fazendense já teve mais paixão

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