A recente morte do agente principal Paulo Oliveira, que colocou termo à própria vida em Abrantes, deixou os antigos colegas do posto de Vila Franca de Xira bastante abalados, sobretudo aqueles que com o colega partilhavam, diariamente, as viagens de comboio para o trabalho.O agente de 42 anos foi encontrado morto dentro do seu carro, na localidade da Bemposta, em Abrantes. Era uma pessoa querida por todos, tendo a imagem de um colega excepcional, dinâmico, bem-disposto. Por isso, a situação apanhou todos de surpresa, não só os actuais colegas da esquadra de Tomar, onde estava recentemente colocado, como também os de Vila Franca de Xira, por onde passou há algum tempo, mas onde deixou relações de amizade.A situação, juntamente com o número de casos de suicídios entre agentes das forças da lei - três agentes da PSP e um da GNR em apenas semana e meia - levou mesmo a que o director nacional da PSP, Luís Farinha, tenha mandado um mail a consolar os homens ao seu serviço, a nível nacional, pedindo compreensão para as exigências da função, ao mesmo tempo que apela à entreajuda e companheirismo entre os agentes, tentando solicitar ajuda sempre que detectem um ou mais colegas em situações que possam levar ao mesmo comportamento.Aliás, nesta perspectiva, o director nacional reuniu mesmo na semana passada com os representantes dos sindicatos para debater propostas para melhorar a prevenção de situações de suicídio na PSP. Luís Farinha e os sindicatos concordaram com duas propostas: contratar mais psicólogos para reforçar os comandos e fazer um rastreio aos 22 mil agentes da PSP. O que, se for aprovado, incluirá uma consulta de psicologia a cada um de dois em dois anos.