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Câmara do Entroncamento não resolve problema com 10 anos em habitação social

Câmara do Entroncamento não resolve problema com 10 anos em habitação social

Casal do Entroncamento vive há uma década com problemas de humidade em casa de habitação social no Entroncamento. As paredes estão pretas e nem as pinturas resolvem o problema. Aceitam mudar de casa mas apenas para outro rés-do-chão, devido a problemas de saúde de um dos elementos do casal.

Há 10 anos que Felisbela Viana, de 65 anos, e o marido Délio Viana, de 67, se debatem com problemas de humidade na sua casa, no rés-do-chão direito do Bloco J da Rua General Humberto Delgado, no Entroncamento. É uma casa de habitação social propriedade do município. Quando Felisbela abriu a porta a O MIRANTE, numa tarde chuvosa, o interior da habitação parecia normal. Mas depressa detectámos as manchas pretas numa das paredes da sala. A situação no quarto do casal era pior e no quarto do neto ainda pior. A casa-de-banho e a cozinha, embora em menor quantidade, também estão pretas.“Isto dura há 10 anos, desde que cá moro. Quando entrei a casa estava toda pintadinha, estava toda em condições. Com o tempo começou a aparecer esta humidade. As paredes estão completamente pretas. Há dois anos pintei esta casa seis vezes. É a única coisa que a câmara quer que eu faça, é pintar a casa. Mas não vale a pena porque passados dois, três meses a parede volta ao mesmo”, explica a moradora. Felisbela Viana diz que o problema não é só o aspecto estético da casa, mas também o efeito que a humidade tem na sua saúde e na do seu marido. “À noite sento-me com o meu marido a ver televisão e começamos a sentir a humidade a subir-nos pelas pernas. Sentimos mesmo o frio a subir. Depois vamo-nos deitar e começamos a espirrar sem parar. Isto é horrível para a saúde. E depois ainda há o problema do cheiro a bafio que vem da parede que não nos deixa dormir”, conta.Perante o cenário que já dura há uma década, o casal não tem feito outra coisa que não pressionar o senhorio, a Câmara Municipal do Entroncamento, para que solucione o problema. Dizem que o anterior presidente, Jaime Ramos (PSD), chegou a entrar no apartamento mas que nada fez. Existem relatórios técnicos que referem a impossibilidade de uma resolução satisfatória do problema. O actual executivo, liderado por Jorge Faria (PS), vai pelo mesmo caminho, com o acrescento de Felisbela Viana não se sentir bem tratada. “Uma vez convidei o presidente para vir ver a casa mas ele disse-me que tinha mais que fazer. A última vez que fui falar com ele, nem me deixou entrar no gabinete. Disse-me, à porta, que não tinha nada para me dizer. A partir daí nunca mais lá voltei”, recorda, magoada. A última vez que lhe entraram em casa por causa deste problema foi no dia 19 de Março deste ano, na sequência de uma queixa apresentada à delegada de saúde. Alguns técnicos estiveram dentro da habitação mas a única coisa que lhe souberam dizer foi que não eram capazes de ali viver com aquela humidade. Entretanto passaram 8 meses e o casal sente-se esquecido.As explicações da câmaraO MIRANTE contactou a vereadora da Câmara do Entroncamento com o pelouro da habitação social, Tília Nunes. “Em 2014 foi proposto à dona Felisbela a mudança de habitação, para uma casa com melhores condições, mas a dona Felisbela recusou sempre essa mudança”. O novo apartamento era num primeiro andar e é precisamente aí que reside o problema de Felisbela Viana: “Eles perguntam-me se eu quero mudar de casa e eu digo que sim. Tem é de ser um rés-do-chão. O meu marido tem nove vértebras coladas. Ele nem a casa da filha vai por causa de ter de subir escadas. Ou ele mete-se em casa e não sai mais de lá ou então só num rés-do-chão. Pelo menos assim ele ainda vai à rua, faz a vida dele”, conta.Perguntámos então à vereadora Tília Nunes se não era possível a mudança do casal para um outro rés-do-chão. “Neste momento, em termos de rés-do-chão, não tenho conhecimento de habitações disponíveis. Este ano já tivemos habitações de rés-do-chão no bairro Frederico Ulrich mas a dona Felisbela nunca se mostrou muito disponível para ir morar para uma casa desse bairro”, afirma. Tília Nunes esclarece que neste momento se aguarda a aprovação das candidaturas a fundos comunitários que foram feitas para obras em bairros sociais: “Quando essas candidaturas forem aprovadas estaremos em condições de fazer intervenções de fundo ao nível da habitação social”, revela.
Câmara do Entroncamento não resolve problema com 10 anos em habitação social

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