uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Inspirado Manuel Serra d’Aire

Muita gente está indignada com o novo primeiro-ministro António Costa, apodando-o de golpista e de outros adjectivos pouco recomendáveis porque chegou à sua cadeira de sonho sem ter ganho as eleições legislativas. Não deixam de ter alguma razão os críticos, atendendo à tradição existente no nosso país desde o 25 de Abril, embora já nos tempos de Salazar fosse muito duvidoso que quem governava ou presidia à República tivesse ganho as eleições, se é que se podia chamar isso aos sufrágios que existiam nesses tempos. E a verdade é que, apesar desses desmandos, o ditador de Santa Comba Dão, que já morreu há quase meio século, continua a ter muitos admiradores por cá. E, provavelmente, boa parte deles faz parte do coro dos que agora vociferam contra o primeiro Costa.Enfim, chamemos-lhe memória selectiva ou apenas pura contradição, embora seja importante referir que o caso de António Costa não prima pela originalidade na nossa quarentona democracia. Pelo menos a fazer fé no que dizem muitos tomarenses, que juram a pés juntos que quem efectivamente manda na Câmara de Tomar também não foi eleito pelo povo. Ou seja, que Luís Ferreira, o chefe de gabinete da presidente Anabela Freitas e seu companheiro de lides domésticas, é quem na verdade dirige a autarquia e não a sua “patroa”. Se é mito urbano, verrinosa má-língua, inveja da grossa ou pura realidade não sei. Verdade é que o homem vai tocando tantos burros ao mesmo tempo que um dia destes, se a malta se descuida, está a mandar também no país (toc, toc, toc - isto sou eu a bater na madeira da secretária). Ele é chefe de gabinete, ele é membro do conselho municipal de segurança, ele é líder da bancada do PS na assembleia municipal e tudo ao mesmo tempo. Nas assembleias municipais, por exemplo, Luís Ferreira consegue ser fiscalizador e fiscalizado ao mesmo tempo sem embaraços e sem se desequilibrar e cair do arame. É um autêntico canivete suíço e um exemplo da polivalência e flexibilidade laboral.O jovem deputado do PSD Duarte Marques, natural de Mação, convidou o cronista e comentador Pacheco Pereira a deixar o PSD “pelo seu pé”, porque o historiador barbudo com casa na Vila da Marmeleira decidiu comparecer em actividades das campanhas da bloquista Marisa Matias e do esquerdista Sampaio da Nóvoa para as presidenciais. Com isso, o jovem Duarte fez-me lembrar alguns seguranças de discotecas, que dão uma oportunidade a quem se porta mal para abandonar o local voluntariamente antes de partirem para a mocada. O que só lhe fica bem atendendo à já provecta idade do recalcitrante.A política em Alpiarça não cessa de nos surpreender. A maioria CDU na assembleia municipal chumbou uma proposta de louvor à GNR local pelo trabalho desenvolvido, assinada pela coligação PSD/MPT que também responde pelo nome de “Todos por Alpiarça”. Os comunistas justificaram que havia ali uma tentativa de instrumentalização política e por isso votaram contra. Lá está: cada um dá o nome que quer às coisas, depois é uma questão de se decifrar. A CDU fala em tentativa de instrumentalização. Eu diria que os comunistas votaram contra porque jamais lhes passaria pela cabeça aprovar uma moção do “inimigo”. Tão simples quanto isso! E, se fosse ao contrário, provavelmente aconteceria o mesmo… Um abraço do Serafim das Neves

Mais Notícias

    A carregar...