A Sociedade Euterpe Alhandrense (SEA), a mais antiga colectividade do concelho de Vila Franca de Xira, celebrou o seu 153º aniversário com o objectivo de continuar a inovar e a arriscar em projectos que sirvam a comunidade e o concelho.A aposta num reforço das parcerias, manter o ensino artístico apesar dos cortes cada vez maiores do governo e continuar a sonhar com a Escola Profissional das Artes foram algumas das ambições reveladas por Jorge Zacarias, presidente da direcção da SEA, durante a sessão solene de mais um aniversário da instituição.Em dia de festa os discursos foram moderados, sobretudo num ano marcado por dois momentos maus na vida da colectividade: a recente morte da presidente-adjunta Fátima Costa (ver caixa) e o falhanço comercial do Forte Music Festival, cuja adesão de público esteve muito abaixo do previsto. “Correu mesmo muito mal. Continuamos a acreditar que há espaço para um festival destes e apesar de tudo foi um festival que nos orgulha, aprendemos com os erros, vamos trabalhar agora para podermos recuperar”, lamentou Jorge Zacarias. Mas houve também alguns casos de sucesso, como a exploração das piscinas da Cimpor, que só este Verão teve mais de 15 mil utilizações.Actualmente a Euterpe está envolvida em vários trabalhos de parceria com os agrupamentos de escolas do concelho e vai iniciar no próximo ano um projecto de musicoterapia em parceria com a Misericórdia de Alhandra. “Chegamos actualmente a 4 mil famílias e mais de 1500 pessoas passam todas as semanas nas nossas instalações para participarem nas actividades. Isso dá-nos responsabilidade, somos já um importante motor económico da vila de Alhandra”, notou o dirigente. Actualmente com 4300 sócios e mais de 150 funcionários, a Euterpe é a colectividade mais antiga do concelho e a que melhor se tem adaptado aos desafios do futuro. “Houve um evento que não correu bem [Forte Music Festival] mas vocês têm o esforço e a dinâmica para ultrapassar este momento menos bom. A cultura no concelho sem a Euterpe seria mais pobre”, frisou Alberto Mesquita (PS), presidente do município. O autarca voltou a garantir o seu compromisso com o apoio ao movimento associativo e prometeu que a forma de atribuir os apoios pode vir a ser revista. “O mais injusto é ter uma visão igualitária da distribuição de apoios. Deve haver um apoio base e depois consoante as actividades ele vir a ser alargado. É nisso que estamos a trabalhar”, informou.A sessão solene serviu também para homenagear os sócios com 25 e 50 anos de filiação. Houve também uma homenagem ao maestro Armindo Luís pelos 20 anos enquanto regente da banda de música da Euterpe e a homenagem ao par de ginastas da classe de acrobática pelo triplo bronze alcançado no campeonato europeu da modalidade, Catarina Martins e Beatriz Ferreira. A Euterpe foi fundada a 1 de Dezembro de 1862. Foi distinguida por O MIRANTE como Personalidade do Ano 2013 na área da cultura.Aplausos e lágrimas para Fátima CostaFátima da Conceição Costa, presidente-adjunta da Euterpe, falecida em Outubro aos 55 anos, foi lembrada com um prolongado aplauso de pé de todos os presentes na sessão solene da instituição. “Foi uma fonte de energia e inspiração para nos levar para a frente”, confessou Jorge Zacarias. Alberto Mesquita recordou a dirigente como “um símbolo” do associativismo do concelho. “São pessoas como ela que fazem muita diferença. Devemos lembrar-nos das pessoas de bem como era a Fátima e do exemplo que nos deixou”, recordou.