uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Travesso Serafim das Neves

Passei os últimos dias a tentar descobrir de que travessão têm andado a falar alguns jornalistas. A primeira vez que li sobre o assunto fiquei a saber que o tal travessão atravessa o Tejo, na zona de Abrantes, entre o Pego e Mouriscas. Como a minha avó usava um travessão para lhe segurar o cabelo, pensei que se tratava de uma qualquer tentativa para bater algum recorde do “Guiness”. Um travessão capaz de ligar as margens do rio, era realmente um grande travessão.Acabei por ir ao dicionário e quando li o mesmo noutro e noutro jornal. Percebi que, como tu és muito travesso, podias ser classificado como travessão mas pus de lado a ideia. Se fosses tu eles teriam escrito qualquer coisa como, o travessão Serafim das Neves.Passei a outros significados. Na escola primária, nos ditados, havia sempre aquela parte do ponto final, parágrafo, travessão mas não me pareceu que as notícias falassem disso. Os outros significados mencionados também não me convenceram. Travessa grande e trave de grandes dimensões pareceram-me fora de contexto. Parece que aqueles adornos femininos a que também chamamos broches se podem designar pela palavra travessão, bem como o traço vertical que se coloca nas pautas de música e que serve para separar compassos. Nnnááááá...pensei eu. Os brasileiros usam a palavra travessão para designar uma queda de água mas pelo que tinha visto o tal travessão estava a fazer coisa diferente, uma vez que não deixava passar água nem peixes. Por fim dei com a coisa. O tal travessão era afinal um amontoado de pedras que ia de margem a margem, que a empresa Pegop (Central Termoeléctrica do Tejo) ali tinha colocado no âmbito de uma obra que lhe fora adjudicada. E que obra era essa? Perguntarás tu. Não te sei explicar pormenorizadamente mas no contrato diz que se trata da “reabilitação do travessão do rio Tejo” que, segundo o responsável pelo lindo serviço...perdão...pelo trabalho, já existe há 25 anos mas nunca ninguém terá dado por ele porque estava “estrampalhado”, como diria um tio meu que foi Conde Ferreira ou esteve no Conde Ferreira, já não sei bem, e que usava palavras adequadas ao que queria dizer...mesmo que as tivesse que inventar. Que eu me lembre nunca chamou dique ao travessão do cabelo da minha avó.Eu andei às aranhas por causa do travessão mas tenho que reconhecer que o dito cujo foi a salvação de muito jornalista sem vontade de fazer notícias. E além disso permitiu a muita gente aparecer na “fotografia”. Foram ambientalistas, autarcas, mestres de obras improvisados, amigos dos peixes, catedráticos do ambiente e...se não me engano, investigadores policiais. Pelo menos li qualquer coisa sobre a empresa ter cometido trinta violações.Perdoa-me tanto palavreado por causa de uma palavra mas tens que reconhecer que o tema dá pano para mangas. Para compensar termino com a estratégia da CDU de Torres Novas para conseguir que o parque de estacionamento subterrâneo do Almonda seja gratuito, depois da proposta nesse sentido não ter sido aceite. Para já fez um simpático pedido para que sejam reservados lugares à borla para os alunos da Escola de Polícia, coisa que a câmara não deverá recusar. A seguir aos lugares para os polícias virão pedidos iguais para reformados e pensionistas, funcionários autárquicos, bombeiros, portadores de cartão da biblioteca e do passe do teatro Virgínia...enfim, vai ser de isenção em isenção, até à borla total!Desejos de boas travessurasManuel Serra d’Aire

Mais Notícias

    A carregar...