Na página do Facebook do Grupo Desportivo do Pinheiro Grande, Chamusca, na terça-feira, já perto da meia-noite, foi publicado o anúncio fúnebre. Uma cruz negra em fundo branco e os dizeres: “Faleceu Kanimba - Pinheiro Grande - Funeral às 21horas - Largo de Santo António - Cabeças”. E o povo compareceu, assim como os cangalheiros! Naquele enterro do Entrudo. A abertura foi dedicada às ausências habituais do pároco, o conhecido padre José Luís Borga. “Ai! Ai! Não temos padre para a confissão...foi para Lisboa fazer um programa de televisão”.Depois os “calhandreiros e calhandreiras” ouviram declarações relativas à junção das freguesias de Pinheiro Grande e Chamusca e à desertificação que se vai acentuando.“Nesta terra não há nada / Foi um ar que lhe deu / Se não for o sino da igreja / Parece que a terra morreu. é tudo uma grande alegria / que não sabemos como vai acabar / talvez o rancho dance / ou o Borga vá cantar”.O ex-ministro Miguel Relvas, que deu a cara por uma Reforma Administrativa que se resumiu à aglutinação de freguesias, só não ficou com as orelhas a arder porque deve estar a gozar a vida, em climas mais...tropicais. “Amigos companheiros / isto é uma grande confusão / desde que fomos p’ra Chamusca ficamos sem motivação! Ao grupo desportivo íamos parar concerteza / é sítio de alegria / e às vezes de muita tristeza! não fosse o Kanimba / não tínhamos alegria / desapareceram com tudo / até roubaram a Freguesia”.O Kaninba, Kanimba ou Canimba, segundo as várias grafias adoptadas pelos autores das quadras de maldizer social, teve celebração fúnebre bem kanimbada...digamos assim, embora os destinatários de algumas piadas só sejam conhecidos lá na terra.É desta que vamos tá tudo tratadoNa Inatel jogamos já temos o campo ervadoOs amigos do estica o braço gostam de ir para ao pé da estaçãoAndam toda a noite a bailar mas nunca ganham tesãoTemos cá na nossa paróquia um grande padre cantorFaz tudo na vida e nas horas vagas é priorChegaste com grandes soluções à direcção da sociedadeNão passaram de intenções e o resto é só vaidadeNo café do Constantino há empregados que até baralhaMas naquele desatino todo só um é que trabalhaAbriu um lar no Pinheiro que pouco tempo durouGostavam muito dos velhinhos mas tudo o vento levouAo presidente do grupo desportivo queremos agradecerGrelhas, pratos e talheres que nunca chegamos a verNa junta de freguesia nunca se vê o presidenteSó se vêem os empregados a trabalhar lentamenteEsta junta é só no faceboock ou então para a fotografia.Se não fosse a câmara municipal acabavas com a tesourariaVendeste o reboque do tractor para comprar um grande chaçoAgora queres um 4x4 só para mostrares o inchaçoAndaste tão atarefado para ires trabalharQuando chegaste ao trabalho começaste logo a desmaiarTens tanta alegria que pareces um caçãoFoste para a biblioteca para não estares ao pé do amorzãoVinhas com tanta pressa, fizeste a curva fora de mãoNão trazias copos nem copinhos mas sim um grande garrafão!Não dissemos quase nada mas dissemos quase tudo Para o ano cá nos encontramos no enterro do Entrudo