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Doença não travou a paixão de Filipa pela equitação

Doença não travou a paixão de Filipa pela equitação

Quando começou a montar e a obter os primeiros resultados um problema de coluna obrigou-a a sair da competição. Mas a paixão pelos cavalos nunca desapareceu e montar até tem ajudado à recuperação de Filipa Oliveira. Uma história de perseverança que tem dado que falar em Vila Franca de Xira.

Filipa Oliveira é uma rapariga de 15 anos igual a tantas outras da sua idade com uma diferença: não deixou que um problema de coluna a impedisse de montar a cavalo, uma das suas grandes paixões. Insistiu, resistiu e, mesmo com uma prótese para corrigir uma anca desnivelada que lhe causa uma mal formação na coluna, continuou a montar. Os médicos incentivaram a jovem a continuar em cima dos cavalos e ficaram surpreendidos com os resultados, havendo já uma regressão no problema que não poderia ter sido obtido de outra forma.A história de Filipa é de coragem e de nunca desistir perante a adversidade. Quando começou a montar a sério e a obter os primeiros resultados em provas de salto a coluna obrigou-a a parar. Hoje ainda monta mas de forma mais controlada. É na Quinta da Boavista, nos Cotovios, Vila Franca de Xira, que tem os seus dois cavalos, Galho e Vencedor. O último estava para ser abatido e foi salvo pela família. “Foi paixão à primeira vista, era um cavalo que não deixava que ninguém o montasse excepto a Filipa. Ela tem uma adoração por este cavalo”, conta a mãe, Isabel Barão, a O MIRANTE.Filipa travou contacto com os cavalos pela primeira vez em 2010 numa demonstração onde as crianças eram convidadas a montar. Nunca mais parou. “O percurso dela tinha vindo sempre a crescer mas no último ano tivemos de parar, por causa da situação clínica da sua anca desnivelada. De um ano para o outro houve um crescimento brusco, a coluna não estava preparada e quando vimos o raio-x parecia que tinha a coluna de uma velha, em forma de S. Pensei que a coisa não ia correr bem”, confessa a mãe. Filipa passou a usar uma ortótese (aparelho de correcção preso ao corpo) 23 horas por dia, durante os próximos dois anos.Mas os pais não foram capazes de afastar Filipa dos cavalos e por isso ficaram estupefactos quando os médicos lhes disseram para a jovem continuar a montar, embora menos vezes. “Andar a cavalo obriga-a a ter uma postura correcta, se ela não andasse na equitação estaria bem pior. Até as dores à noite desapareceram. Esta foi uma paixão que a salvou”, confessa a mãe. Célia Cristóvão e Nuno Oliveira, ex-forcado, são os donos da quinta e quase que os “padrinhos” da jovem, que não se importam que lá tenha os cavalos. “O meu sonho é vir a tirar o curso de professora de equitação, gostava de continuar ligada a esta área e ao ensino”, diz a jovem que também já participou duas vezes nos desfiles do Colete Encarnado. Nos tempos livres gosta de ouvir música e tocar guitarra. Está a estudar técnicas comerciais, publicidade e marketing. Quando um teste na escola lhe corre mal gosta de aliviar a cabeça montando a cavalo. “O gosto pelos animais já vem do meu avô, sempre gostei também. Os cavalos vieram dar-me confiança e fazer-me acreditar que as coisas podem melhorar”, confessa. Ao início o porte dos cavalos impunha-lhe algum respeito mas diz que hoje em dia já está habituada e que não tem medo de cair. “Os meus amigos é que me dizem que sou maluca, que ainda caio um dia destes, mas não tenho medo. Os meus colegas que montam comigo dizem-me que tenho jeito e eu gosto, sinto-me muito bem a montar”, conclui. A expectativa é que a coluna continue a melhorar enquanto Filipa persegue o seu sonho.
Doença não travou a paixão de Filipa pela equitação

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