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Abate de duas dezenas de árvores em Alverca motiva protestos

Espécies estão a ser cortadas com justificação de não estarem em condições

Nas últimas semanas foram arrancadas 21 árvores na cidade de Alverca e alguns moradores estão descontentes com o cenário. Nas ruas e nas redes sociais são vários os moradores que dizem não compreender o que classificam de “abate indiscriminado” das árvores da cidade e há mesmo quem acuse a junta de freguesia de “terrorismo” ambiental.
Isto porque, a olho nu, as árvores aparentam estar saudáveis. Mas os serviços técnicos da Câmara de Vila Franca de Xira discordam, classificando as árvores como não estando em boas condições fitosanitárias, podendo cair e colocar em perigo pessoas e bens. Os serviços da junta, explica o presidente Afonso Costa (PS), limitam-se a cumprir as determinações da câmara referentes ao seu abate. Praticamente todas as árvores abatidas são choupos negros, à excepção de quatro ameixoeiras.
O presidente da junta, Afonso Costa, explica a O MIRANTE que a freguesia cumpre o regulamento municipal dos espaços exteriores e que “não é abatida qualquer árvore” sem que antes seja emitido um parecer técnico dos serviços municipais. “O abate e substituição de árvores, além de ser para nós penoso e dispendioso, tem como única preocupação a segurança das pessoas e bens”, explica o autarca, referindo não querer que acidentes como o que aconteceu em Setembro na rua da Esperança - em que uma árvore caiu na via pública - se voltem a repetir. “A segurança dos nossos concidadãos é a nossa prioridade”, assegura. Para a Quinta do Forno está prevista a plantação de vários castanheiros da índia e na Estrada de Arcena vai ser plantada uma Grevílea-robusta, diz Afonso Costa.
“O que está a ser feito neste momento em Alverca é criminoso. Não adianta dizerem que estão a cumprir as determinações técnicas, por este andar vão acabar com todas as árvores que existem na cidade. Não nos podemos esquecer que mesmo que plantem árvores novas elas demoram décadas a crescer. É uma dor de alma”, lamenta Pedro Pereira, morador da Quinta do Forno a O MIRANTE.
A vizinha, Liliana Sousa, também não encontra explicação. “Como é que alguém pode dizer que estas árvores estão doentes quando não têm manchas nem rachas e são tão sólidas que até os homens das motoserras se viram aflitos para as cortar? Quem decide isto só pode ser gente sem coração”, critica.
A madeira proveniente do corte das árvores tem como destino o vazadouro da junta de freguesia, de onde segue depois para aterro. Apesar da recente onda de cortes o presidente da junta explica ao nosso jornal que há trabalho de plantação a ser feito. “Em Fevereiro procedemos à requalificação arbórea da Avenida Capitão Almeida Meleças plantando 13 novas laranjeiras doces”, explica.

Cimpor abate 500 pinheiros no alto de Arcena
Vários moradores da zona alta de Arcena queixaram-se a O MIRANTE do que dizem ser um “abate grande” de pinheiros no alto daquela localidade, num terreno pertencente à cimenteira Cimpor. Contactada pelo nosso jornal, a empresa confirma que procedeu ao corte de 500 pinheiros, numa área de 7 hectares do seu terreno, que tem 100 hectares no total. A Cimpor explica que o objectivo da limpeza é “reduzir o risco de incêndio e criar acessos para meios de socorro, se necessário”. A cimenteira de Alhandra garante que dois fiscais do departamento ambiental da Câmara de Vila Franca de Xira já estiveram na fábrica em Fevereiro e que se “inteiraram devidamente” de todos os trabalhos em curso.

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