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“O caracol é o petisco mais saudável na mesa”

“O caracol é o petisco mais saudável na mesa”

Gonçalo da Silva, 23 anos, é gerente da Ribacaracol, em Santarém

O produtor de caracóis garante que o negócio está bem e recomenda-se. E está mesmo a pensar criar mais estufas para aumentar a produção. A zonas do país para onde vende mais são a zona centro, Lisboa e Algarve onde o consumo é bastante elevado.

Gonçalo da Silva, 23 anos, gerente da empresa Ribacaracol, sempre foi muito ligado ao campo e às tradições, confessando-se um ribatejano com muito orgulho que sempre se interessou pela agricultura. Sempre teve cavalos e gostava de ter sido cavaleiro tauromáquico. Chegou a ser cavaleiro amador mas acabou por não seguir essa actividade. A ideia de ser helicicultor (produtor de caracóis) surgiu há cerca de dois anos. No início da actividade confessa que “não percebia nada do assunto”. Mas como queria montar um negócio que ainda não fosse muito explorado decidiu-se por esta cultura. A Ribacaracol não produz caracóis pequenos, daqueles que estamos habituados a ver nas mesas das esplanadas no Verão. Esses normalmente vêm de Marrocos, líder mundial na produção de caracóis. Gonçalo Silva produz escargot, aquilo a que chamamos caracoletas, que têm cerca de 23 gramas. Esta espécie é muito apreciada em França, onde uma dúzia pode facilmente chegar aos 40 euros nos restaurantes. A empresa produziu no último ano cerca de 40 toneladas de caracol. A produção arrancou em 2014 com um investimento de cerca de 150 mil euros financiado a 50 por cento por fundos comunitários do PRODER, na Quinta do Rolim, no Jardim de Cima, em Santarém, onde Gonçalo tem instalados dez parques de criação de caracóis, dentro de cinco estufas com uma área total com cerca de 4500 metros quadrados.O criador de caracóis explica que os solos de Santarém têm uma qualidade superior para a criação desses animais. Os caracóis criadas na Quinta do Rolim alimentam-se de ervas aromáticas, “o que lhes dá um sabor especial”. Gonçalo Silva explica que se forem apanhados no campo pode haver o risco de os animais se alimentarem de produtos que contenham pesticidas e outros químicos. “Os pesticidas acabam por matar o caracol e tem-se visto uma grande diminuição de caracol no campo. Antigamente íamos ao campo e víamos caracóis por todo o lado, agora não. Hoje a qualidade é um factor muito importante. Os nossos caracóis são criados de modo controlado para garantir a excelência do produto”, refere. O custo de produção é bastante elevado. Para além de todas as despesas associadas ao licenciamento, estufas e material é a água que se gasta. No Inverno a produção é regada 3 a 4 vezes por dia. Já no Verão as regas são efectuadas de hora a hora. A Ribacaracol vende as caracoletas embaladas vivas e também vende miolo de caracol já pré-cozinhado. Neste momento Gonçalo da Silva compra os alevins, caracóis bebés, que depois são colocados em paletes de madeira nas estufas onde demoram entre 4 a 5 meses a crescer. O produtor garante que o consumo destes animais traz bastantes benefícios para a saúde. “Ajudam no combate à tuberculose. Contém muita proteína e é rico em sais minerais”. Gonçalo da Silva diz que 100 gramas de caracol contém cerca de 15 gramas de proteína e é um alimento que os desportistas deviam explorar. Também tem um baixo valor calórico. O caracol é um alimento aconselhado por vários médicos”, explica o produtor. As zonas do país para onde vende mais são a zona centro, Lisboa e Algarve onde o consumo é bastante elevado. Gonçalo Silva também é apreciador de caracol, “mas do mais pequeno, não gosto tanto das caracoletas”, refere. O produtor garante que o negócio “está bem e recomenda-se”. O produtor está mesmo a pensar fazer mais estufas e produzir mais, mas “tem de ser bem pensado e a passo de caracol”.
“O caracol é o petisco mais saudável na mesa”

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