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Discoteca na cave de prédio não deixa dormir moradores

Discoteca na cave de prédio não deixa dormir moradores

Empresário explica que está a aguardar orçamento para reforçar isolamento acústico

Em Setembro último, numa zona habitacional da Póvoa de Santa Iria, apareceu uma discoteca na cave de um prédio onde em tempos funcionou uma perfumaria. Quem vive na zona diz que não consegue dormir e as queixas já chegaram à polícia, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e à Câmara de Vila Franca de Xira.

Vários moradores da Rua Alberto Sanches de Castro, na Póvoa de Santa Iria, estão descontentes com o ruído nocturno proveniente de uma discoteca que se instalou na cave de um prédio em Setembro do ano passado e que afecta o descanso da vizinhança.A polícia já foi chamada perto de uma centena de vezes à discoteca Perfect Sin Club por causa do barulho que, garantem, vai quase sempre além das quatro da madrugada e vários moradores já apresentaram queixas à ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, ao Provedor de Justiça, à polícia e à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Mas a verdade é que o assunto continua por resolver passados mais de seis meses. Um dos moradores, José Ferreira, revela a O MIRANTE o problema: vive num apartamento com quatro quartos e ao fim-de-semana é forçado a dormir na sala para poder ter descanso. Já instalou duas janelas isoladoras no quarto mas mesmo assim a batida da discoteca entra-lhe pelos ouvidos dentro. “Não percebo como é que numa zona habitacional se permite que abra portas uma discoteca que trabalha às quartas e quintas-feiras das 22h00 à 1h00 e às sextas e sábados das 23h00 às 04h00. Isto tem-me tirado anos de vida”, lamenta. José foi uma das pessoas que apresentou queixa e aguarda agora que a divisão de assuntos jurídicos do município actue.Cinquenta moradores da zona apresentaram também um abaixo-assinado à câmara pedindo que o estabelecimento feche portas mais cedo. Três pessoas já venderam os seus apartamentos e mudaram-se para outro lado. Outras, como Fernando Dias, estão seriamente a pensar nisso. “O ambiente está a degradar-se. Aquela cave abriu com uma perfumaria. Depois alguém da câmara entendeu permitir que ali aparecesse uma discoteca. Imagine querer dormir e não conseguir, nem mesmo com medicamentos. Estamos todos à beira de um ataque de nervos. Quando acaba a música, às cinco da manhã, fica a malta toda aos gritos e à gargalhada na rua até às seis da manhã. A essa hora já é de dia. Isto não dá mais, estamos esgotados”, lamenta.Foi a câmara municipal que, através de licença, permitiu que o estabelecimento estivesse de portas abertas até às 4h00. Confrontado com o abaixo-assinado dos moradores, o vice-presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira, escreveu aos promotores do documento explicando que o assunto está agora em análise na Divisão de Assuntos Jurídicos e que vão ser conduzidas medições acústicas no local para depois o município decidir o rumo a tomar. Uma das medições já foi realizada.Empresa está a procurar soluçõesSérgio Lopes, gerente da discoteca Perfect Sin Club, explica a O MIRANTE que tem conhecimento de queixas “por parte de um vizinho” e assegura já ter mostrado toda a “empatia para com a situação e o incómodo não intencional” que a discoteca esteja a causar. O empresário explica que, sobre o fecho tardio, a empresa respeita “o horário de trabalho imposto pela lei e pela licença que nos foi concedida, ou seja, encerramos às 4h00”. Sérgio Lopes explica que a discoteca “tem tido cuidado” com os índices de ruído ainda antes da abertura do negócio, isolando o espaço, e informa que está actualmente a recolher orçamentos para avançar “o mais rapidamente” possível com obras de reforço desse isolamento, de forma a minorar os impactos da exploração. “Não é de todo nossa intenção que os vizinhos possam sentir-se incomodados ou lesados com o nosso estabelecimento. Estamos a realizar todos os esforços possíveis para que toda a situação seja resolvida da melhor maneira para ambas as partes”, explica a O MIRANTE. Sérgio Lopes apela à compreensão e pede que a vizinhança incomodada dê à discoteca “a oportunidade de demonstrar os nossos esforços” para minimizar os eventuais impactos da exploração.
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