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As meninas que dançam na água

As meninas que dançam na água

Escola de natação sincronizada da Viver Santarém tem 25 alunas e o objectivo de entrar em competições oficiais e chegar ao topo

A escola de natação sincronizada da empresa municipal Viver Santarém tem 25 alunas divididas por dois níveis de aprendizagem. A ideia de formar a escola surgiu há cerca de cinco anos e partiu da directora técnica da escola municipal de natação, Tânia Batista. “Inicialmente surgiu um pouco por carolice”. Tânia Batista conta que verificou que a modalidade estava em crescimento e que “seria uma excelente saída para as meninas que já praticavam natação pura e que não tinham outro tipo de oferta”.
A treinadora da modalidade, Márcia Vilela, explica que a modalidade é ainda mais completa que a natação pura e consiste em três componentes: natação, ginástica e ballet. “Para se praticar natação sincronizada tem que se saber nadar muito bem. Todas as meninas vieram da natação”, diz. As idades das atletas variam entre os 8 e os 18 anos. O grande sonho da treinadora é colocar as suas atletas na selecção nacional e considera que “estas meninas têm todas as condições para lá chegar”.
A história mais engraçada que lhe aconteceu nestes anos como treinadora “foi ter duas alunas que quando estávamos a treinar demoravam muito a vir para cima. Tinham tanta sintonia e cumplicidade que ficavam a conversar debaixo de água”, conta com uma gargalhada.
Os treinos são feitos dentro e fora da piscina. “As atletas ouvem a música centenas de vezes, treinam fora de água através de gestos para interiorizarem os tempos das músicas depois é dentro de água. O ideal era termos uma coluna subaquática mas devido ao elevado valor da mesma ainda não conseguimos comprá-la”, explica a treinadora.
Mariana Lopes, 17 anos, de Santarém, decidiu ir para a natação sincronizada porque depois de alguns anos a fazer natação pura fartou-se de ver sempre azulejos e como já tinha visto a modalidade na Eurosport durante os Jogos Olímpicos achou que seria interessante e inscreveu-se assim que a modalidade abriu em Santarém. Mariana conta a O MIRANTE que descobriu uma nova paixão. “Não sabia que este desporto me podia trazer tanta alegria e dor muscular ao mesmo tempo”, conta a sorrir. A atleta gostava de chegar ao topo, sabe que “é muito difícil” e gostava de no futuro ser professora da modalidade.
Marta Ferreira, 18 anos, de Santarém, também se fartou da natação pura e de “andar sempre para a frente e para trás”. Uma amiga convidou-a experimentar e Marta adorou. Carlota Borges, 14 anos, de Santarém, explica que esta modalidade é “muito mais desafiante que a natação pura”, modalidade que é praticante desde os nove meses de idade. “A evolução é muito grande e vamos aprendendo esquemas novos e figuras diferentes. O melhor de tudo é chegar ao fim do ano e olharmos para aquilo que fizemos” refere.
Tânia Batista, explica que o objectivo é “crescer, desenvolver a modalidade e criar sustentabilidade nestas classes”. Entrar em competições oficiais e pertencer à federação é um sonho, mas os custos associados têm um valor alto. “As taxas de inscrição, as deslocações, os equipamentos e todos os custos inerentes para uma empresa municipal ainda são difíceis de suportar. É um sonho mas primeiro que tudo a formação, que é essencial, e depois de estar consolidada aí sim apresentar um projecto nesse sentido” refere a directora técnica.

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