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IPSS aptas para substituir Estado na implementação de políticas sociais

IPSS aptas para substituir Estado na implementação de políticas sociais

Santa Casa da Misericórdia de Santarém organizou 6º Ciclo de Conferências em Economia Social

“A economia do país está ligada à economia solidária de forma muito próxima, sendo que as Instituições Particulares de Solidariedade Social [IPSS] desempenham um papel fundamental na economia social, podendo substituir a acção do Estado ou ser um prolongamento deste na implementação das suas políticas sociais”. A opinião é do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, Mário Rebelo, e foi expressa na sessão de abertura do 6º Ciclo de Conferências em Economia Social. Esta iniciativa, que decorreu na quinta-feira, 5 de Maio, no auditório da Escola Superior de Saúde de Santarém, teve como tema “Da Gestão de Recursos Humanos à Gestão de Pessoas”.
O provedor explicou também que a economia social representa actualmente cinco por cento do PIB (Produto Interno Bruto) do país e emprega cerca de 750 mil pessoas directamente. “É importante dedicarmos este dia às pessoas que diariamente prestam os seus serviços a quem de nós necessita. Essas pessoas são merecedoras do nosso respeito, atenção e de uma acção concertada que vise o seu bem-estar pessoal e profissional. As organizações de economia social são reconhecidas pelos bons cuidados que prestam e para isso temos que melhorar a cada dia que passa a nossa gestão de pessoas”, sublinhou.
Mário Rebelo destacou o papel “fundamental” das IPSS na economia europeia criando emprego de “elevada qualidade”, “reforçando” a coesão económica regional e gerando capital social promovendo a cidadania activa. No final da sua intervenção, o provedor disse que a Misericórdia de Santarém vai compilar toda a informação que possui deste ciclo de conferências, que se realiza há seis anos, e publicá-la num pequeno livro.
O director regional da Segurança Social de Santarém, Tiago Leite, sublinhou a importância da capacidade de diálogo entre outros. “Por poucos recursos financeiros que tenhamos nas instituições, se tivermos capacidade de diálogo uns com os outros conseguimos fazer aquilo que todos pretendemos: tratar melhor os nossos utentes, gerir melhor o nosso tempo e criar relações entre nós, seja quem trabalha, quem dirige e com os utentes. Somos uma sociedade em todos exigem os seus direitos mas para isso temos que cumprir com as nossas obrigações e a principal é respeitarmo-nos mutuamente”.
O director do Centro de Emprego e Formação Profissional de Santarém destacou a “enorme” evolução e alteração, nos últimos 20 anos, nos modelos de intervenção política no sistema de cooperação no âmbito de actuação das IPSS. Renato Bento referiu a criação de novas respostas sociais e reconfiguração de muitas outras, o que tem permitido, explica, uma consistente melhoria na capacidade de resposta aos desafios que se vêm colocando às entidades, em especial quanto à qualidade da prestação dos serviços.
Renato Bento refere também que os desafios das IPSS passam pela conciliação de sinergias entre as várias entidades parceiras numa lógica de concertação e aproximação das soluções exigidas face às problemáticas da sociedade. “Vivemos na sociedade do conhecimento onde o talento humano e as suas capacidades são vistos como factor de competitividade num mercado de trabalho globalizado. Este cenário obriga-nos a uma nova forma de gestão das pessoas, baseado no paradigma que valoriza o capital humano enquanto factor essencial e diferenciador”, referiu.

Economia social e solidária tem de se modernizar

Secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, encerrou os trabalhos

A economia social e solidária é “factor de equilíbrio e promove a integração na comunidade e o bem-estar social às camadas mais desfavorecidas - cria emprego e dinamiza a economia”, afirmou o secretário de Estado do Emprego na sessão de encerramento do 6.º Ciclo de Conferências em Economia Social em Santarém.
O representante do governo esteve em substituição do ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, que não pôde estar presente, e revelou a necessidade de criação de condições para a modernização do sector social em Portugal. Miguel Cabrita diz que a economia social é um sector que tem uma “lógica altruísta e é visto com bons olhos pela sociedade como nenhum outro em Portugal”.
O tema desta iniciativa da Santa Casa da Misericórdia foi “Da Gestão de Recursos Humanos à Gestão de Pessoas” e o presidente da Câmara de Santarém destacou na sua intervenção a “capacidade de reinvenção diária” das instituições sociais, reforçando que quem trabalha na área deveria ser “mais bem pago e mais bem utilizado”. “Temos de olhar para este capital humano com amor e carinho”, afirmou Ricardo Gonçalves, acrescentando que se “não fossem essas pessoas, os técnicos e entidades, o país tinha passado mais dificuldades nestes últimos anos”.

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