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Campino desde os nove anos não se vê a fazer outra coisa

Campino desde os nove anos não se vê a fazer outra coisa

António “Foguete” foi homenageado no domingo durante a Feira de Maio em Azambuja

Tem a alcunha de “Foguete” mas é a cavalo que faz a sua vida há muitos anos como campino da Casa Agrícola Alves Inácio. Aos 67 anos, António Manuel Martins Feitor foi homenageado na Feira de Maio em Azambuja, que todos os anos presta tributo aos cavaleiros da lezíria, distinguindo um deles.
Nascido em Benavente, António é filho do campino Francisco Foguete, que exerceu o seu ofício durante 14 anos na Herdade do Camarão, tendo sofrido um acidente fatal aos 53 anos de idade na Herdade Alberto Xavier.
António “Foguete” é campino na Casa Agrícola Alves Inácio tendo-se iniciado cedo nesta arte, quando começou a acompanhar o seu pai aos nove anos. Não sendo a escola o seu local de aprendizagem favorito, desde petiz que preferiu a largueza de horizontes da lezíria. Foi na Casa Francisco Neto, em Benavente, que conseguiu o seu primeiro trabalho como campino. Em 1969 ingressou na Companhia das Lezírias na qual lhe é atribuída, entre outras, a tarefa de desbastar cavalos.
É também em 1969 que António é obrigado a cumprir serviço militar em Mafra. Dez anos depois volta a trabalhar para a Casa Francisco Neto para depois se aventurar, durante nove anos, em Canal Caveira, no Alentejo, até 1988. Só em 2010 é que se fixa na Casa Agrícola Alves Inácio, na freguesia de Samora Correia (Benavente), à qual pertence actualmente.
Quanto ao passado, António “Foguete” considera-se satisfeito pelo seu percurso laboral, mas lembra com mágoa a morte de um dos filhos, num acidente de mota, que além de forcado era também campino e nutria um grande gosto por esse ofício. Presentemente diz-se bastante agradado com aquilo que faz e enquanto tiver saúde e força não se vê a fazer outra coisa. Para o futuro, o campino vê com expectativa a continuação do seu ofício e de toda a tradição da festa brava. Orgulhoso, conta que tem já dois netos que adoram essa vida e que se lhe tomarem o gosto haverá na sua família a preservação dessa actividade.
António Foguete revela que já não é a primeira vez que lhe é prestada uma homenagem, recordando-se que a primeira decorreu no ano de 2006 em Alcochete e novamente nos 75 anos da Festa do Colete Encarnado de Vila Franca de Xira, em 2007. Apesar de não ser a primeira vez, sempre que António é homenageado sente muito orgulho por todos os campinos e é com grande emoção que vê reconhecido o seu ofício. Espera não o ver morrer e deseja que seja continuado pelas camadas mais jovens.

Campino desde os nove anos não se vê a fazer outra coisa

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