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Candidatura de Santarém a património da humanidade fora da lista da Unesco

Presidente da câmara afirma-se surpreendido com essa decisão. Ricardo Gonçalves critica o tratamento “menos correcto” dado à candidatura escalabitana pelos técnicos da comissão nacional da Unesco e revela que vai ser preparado novo processo.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), ficou surpreendido com a retirada da candidatura da cidade a Património da Humanidade da lista indicativa da Unesco divulgada na passada semana pela comissão nacional desse organismo das Nações Unidas. O autarca explica que foram feitas recomendações que estão a ser analisadas pelos técnicos do município para preparação de nova candidatura. Ricardo Gonçalves critica o tratamento “menos correcto” dado à candidatura escalabitana pelos técnicos da comissão.
“Lamentamos, mas é preciso lembrar que esta já não era a candidatura original”, apresentada em 1996, que se reportava ao centro histórico da cidade, mas a versão reformulada, realizada ao longo de 2001, que associava o núcleo histórico ao Tejo e à Lezíria. A Comissão Nacional da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) divulgou no dia 30 de Maio a actualização da Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial, que integra 22 bens e da qual desapareceu a referência à candidatura escalabitana.
Ricardo Gonçalves explicou que, durante o processo de actualização (que ocorre a cada dez anos), iniciado em finais de 2013, o município declarou o seu interesse em manter o processo, tendo em conta que as listas indicativas são um pré-requisito indispensável para as candidaturas de bens a Património Mundial.
A candidatura de Santarém foi a grande bandeira dos quase 10 anos de mandato do socialista José Miguel Noras à frente da Câmara Municipal de Santarém, tendo sido preparada pelos técnicos do “Projecto Municipal Santarém a Património Mundial”, estrutura criada em 1995 e que acabaria por ser extinta em 2002, pouco depois da liderança da autarquia passar para o também socialista Rui Barreiro.
A candidatura, formalmente entregue ao Governo português em 1998, durante uma deslocação do então ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, a Santarém, acabou por receber um “balde de água fria” quando, no início de 2000, a cidade foi visitada por um perito do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), organização de consultoria da UNESCO. Ao afirmar que Santarém “não pode ser considerada como tendo um valor universal excepcional”, o relatório que resultou dessa única visita levou à suspensão da candidatura e a uma reformulação, realizada ao longo de 2001.
Se originalmente a candidatura partira da convicção da “singularidade de estarem presentes nos monumentos escalabitanos exemplares notáveis da arquitectura e da arte de todas as fases do Gótico”, a reformulação procurou aliar o centro histórico à paisagem, associando o núcleo histórico, situado no planalto, ao Tejo e à Lezíria, com o envolvimento dos municípios vizinhos de Almeirim e Alpiarça.

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