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Cresceu atrás de um balcão e seguiu as pisadas dos pais

Cresceu atrás de um balcão e seguiu as pisadas dos pais

Fábio Piedade é um dos sócios-gerentes do restaurante O Melro em Santarém. Apesar de estar à frente de um restaurante confessa que cozinhar não é o seu forte. Diz que dá uns toques mas foge um bocadinho dos tachos e panelas.

Fábio Piedade cresceu literalmente atrás de um balcão e entre tachos e panelas. O jovem de 25 anos é um dos gerentes do restaurante O Melro, que se situa na Portela das Padeiras, em Santarém. Apesar de estar no restaurante há vários anos, Fábio começou a sua actividade profissional noutro ramo. Trabalhou na área da distribuição mas fartou-se do que fazia. “Trabalhava numa empresa e distribuía pão-de-forma mas saturei-me daquele emprego. Além disso os meus pais precisavam de ajuda e decidi vir trabalhar com eles. Gostei e foi o melhor que fiz”, confessa.
Admite que nem sempre é fácil trabalhar com a família mas que até agora tem corrido tudo bem. “Temos que saber lidar com situações diferentes e saber ultrapassá-las. Podemos discutir mas no final do dia está tudo bem e continuamos sempre unidos”, reforça.
O Melro funciona há nove anos mas a família Piedade está no ramo da restauração há três décadas. Em 2007 decidiram mudar o restaurante da Póvoa de Santarém para a Portela das Padeiras, à beira da Estrada Nacional 3, para estar mais perto da cidade. Uma decisão que Fábio Piedade considera ter sido a mais acertada. “Aqui é uma zona mais central, mais movimentada, e o número de clientes acaba por crescer. Arriscamos num ano complicado, em 2008, quando rebentou a crise económica, mas felizmente tem corrido bem”, afirma a O MIRANTE.
No entanto nem tudo foi um mar de rosas. Também sofreram com a crise, os clientes diminuíram uma vez que havia retracção e as pessoas não tinham dinheiro para comer fora. Há cerca de dois anos conseguiram equilibrar e começar a subir o número de refeições servidas. A qualidade da comida e o bom preço são, na opinião de Fábio Piedade, o segredo para serem actualmente um dos restaurantes mais movimentados de Santarém.
Fábio Piedade gosta do contacto com o público e de atender os clientes. Os seus dias nem sempre são iguais. Nuns dias tem que se levantar por volta das seis da manhã para abrir o restaurante aos fornecedores. Noutros dias pode chegar depois das dez da manhã e sai depois da uma da madrugada, quando tem que fechar o restaurante. Vai-se revezando com o irmão ou os pais. Ajuda na preparação para os almoços e durante as refeições está ao balcão do bar situado à entrada do restaurante que dá acesso às várias salas do restaurante. O Melro tem capacidade para 120 pessoas. É raro o dia em que não está cheio.
Servem cerca de duas centenas de refeições por dia e ao fim-de-semana esse número aumenta, sobretudo aos jantares com os grupos a aproveitarem os menus com muita comida e o preço fixo de dez euros por cliente, com bebida e sobremesa incluída. É frequente o restaurante estar totalmente reservado aos sábados para jantar.
“Felizmente temos tido a casa sempre cheia. Isso acontece porque apostamos na qualidade dos pratos aliada ao bom preço. Isso faz com que as pessoas venham. Atendemos sempre cada cliente para que ele se sinta bem e queira voltar”, sublinha.
Apesar de estar à frente de um restaurante, confessa que cozinhar não é o seu forte. Diz que dá uns toques mas foge um bocadinho dos tachos. “Ainda não quero aprender a cozinhar a sério para não ter que ir fazer as refeições todos os dias”, confessa entre risos.
O Melro aposta na comida tradicional portuguesa e destaca como especialidades da casa o Bife à Lagareiro, Chocos à Lagareiro, Carneiro Assado no Forno, Borrego Assado no Forno, Queixadas no Forno, Frango no Churrasco, entre outros. Uma das suas apostas são as Febras à Campino, uma invenção do restaurante que tem tido muita adesão por parte dos clientes.
Com uma equipa de oito funcionários admite nem sempre ser fácil gerir a empresa. Como já passou pelas duas experiências diz que é mais fácil ser empregado do que patrão. “Um funcionário não tem tantas dores de cabeça. O patrão tem que se preocupar, além do trabalho, com a gestão da empresa, ter dinheiro para pagar aos funcionários todos os meses e pagar a carga fiscal que é enorme”, refere. Nos tempos livres Fábio joga à bola nos seniores da União de Santarém e também gosta de passar algum tempo com a namorada.

Cresceu atrás de um balcão e seguiu as pisadas dos pais

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