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Presidente do Vialonga anuncia retirada na celebração dos 64 anos do clube

Presidente do Vialonga anuncia retirada na celebração dos 64 anos do clube

Clube foi esta época campeão a nível de iniciados na 2ª divisão distrital de Lisboa. Amílcar Carvalheiro vai sair da direcção da colectividade no fim da próxima época, após vinte anos a gerir os seus destinos. O presidente lamenta o alheamento de muitos sócios e garante que a situação financeira fica estabilizada com as receitas provenientes de um posto de abastecimento de combustíveis.

Amílcar Carvalheiro anunciou que vai deixar a liderança do Grupo Desportivo de Vialonga depois de 20 anos na presidência do clube. “A 30 de Julho de 2017 acaba para mim, vou-me dedicar à família que é a que tem sido mais prejudicada. Chega de prejudicar a família, de enterrar aqui dinheiro. Este ano só começámos a época devido a familiares meus que entraram com capital”, refere o presidente a
O MIRANTE com alguma emoção no olhar.
Na celebração dos 64 anos do clube, que ocorreu na quinta-feira, 30 de Junho, o presidente do Vialonga aconselhou a próxima direcção a continuar o trabalho já realizado, no entanto revela a O MIRANTE estar desiludido com os sócios do clube. “Só os mais antigos têm ajudado o clube. Os sócios não se aproximam da direcção do clube, é mais fácil dizer mal do que fazer as coisas. Quando chega a altura de virem para cá, ninguém aparece”, refere Amílcar Carvalheiro.
Além da falta de apoio dos sócios, que rondam os 600 a 700, o clube de Vialonga também indica vários problemas financeiros. Os apelos à Junta de Freguesia de Vialonga e Câmara Municipal de Vila Franca de Xira foram feitos, mas a resposta não foi a que esperavam. “Infelizmente é-nos muito difícil ajudar mais do que aquilo que fazemos actualmente, nós [junta de freguesia] queremos ajudar mais mas não podemos. Mas cá estaremos quando essa oportunidade surgir”, assumiu o presidente da Junta de Vialonga, José António Gomes (CDU).
As dificuldades do clube assentam muito na falta de dinheiro, mas o horizonte ficou mais desanuviado quando teve aval para a construção de um posto de combustíveis. O processo durou mais de um ano e meio, mas o município acedeu à proposta e o clube vai ficar com uma percentagem do lucro dessa gasolineira. “Já não estamos numa situação crítica mas ainda delicada, o processo da bomba de gasolina arrancou, já recebemos uma tranche, as coisas estão a melhorar”, referiu Amílcar Carvalheiro.
Esta bomba de gasolina é um negócio que envolve a cadeia Intermarché, O GD Vialonga disponibiliza o terreno e recebe, tal como a Casa do Povo de Vialonga e a ABEI-Vialonga (Associação para o Bem Estar Infantil), uma percentagem dos lucros da gasolineira. Um negócio que, pelas palavras de Amílcar Carvalheiro, “vai saldar todas as dívidas do clube”.
O evento contou também com a presença do vereador do Desporto da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, António Félix (PS). O autarca disse compreender as dificuldades financeiras do clube. “Eu comecei no mundo associativo com os meus 15 anos e sei que no início somos sempre muitos e depois a meio do mandato já só estão dois ou três a trabalhar e o resto ninguém os vê”, disse António Félix.
O vereador também deixou uma palavra para a equipa de futebol de iniciados de Vialonga, campeã da 2ª divisão distrital desta época. “É importante esta aposta na formação, para que sejam não Cristiano Ronaldos, mas sim melhores pessoas e desportistas”, apontou.

Ivan Cavaleiro jogou ali
É nesta formação humana que Amílcar Carvalheiro tem apostado desde que chegou ao Vialonga. O presidente muitas vezes recebe jovens atletas que chegam aos treinos sem qualquer refeição tomada. O clube sente a necessidade de dar apoio social para compensar as carências que existem em casa dos atletas. Daí que quando os pequenos comentam em jogar nos clubes grandes, Amílcar é rápido a dizer que lá não há bifanas após o jogo, como acontece no Vialonga. No entanto o presidente reconhece que “já houve situações piores”.
Um dos atletas que deu o salto para os três grandes foi Ivan Cavaleiro. O extremo de 22 anos cresceu em Vialonga e foi no clube que começou a jogar. Esteve apenas nove meses, antes de rumar ao Benfica. Quando se transferiu no início da época 2015/2016 para o Mónaco, o GD Vialonga recebeu uma receita por direitos de formação do jogador. Para Amílcar Carvalheiro é “gratificante vermos um jogador do Vialonga atingir esses patamares”.

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