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O pãozinho que foi para o lixo porque faltavam uns cêntimos ao cliente

Assisti no Lidl do Entroncamento, no sábado passado, a algo muito estranho. Estava pouca gente no supermercado. À minha frente um homem, pelos seus trinta e tais, apresentou à caixa para pagar três pãezinhos, dentro de um daqueles sacos de papel. Numa mão tinha várias moedas de baixo valor. Fazer a conta demorou um pouco porque os pães eram diferentes e de preços diferentes, segundo percebi. No final, como não tinha dinheiro suficiente para as três bolinhas, o cliente disse que afinal só levava duas. Na altura eu não estava a perceber bem a situação e não tive agilidade mental suficiente para dizer que pagava os cêntimos que faltassem. A menina da caixa ficou com o pãozinho e disse logo ao cliente que o mesmo iria para o lixo porque ele lhe tinha tocado com os dedos. Quando o homem se afastou, e antes de começar a fazer a minha conta, a funcionária cumpriu o que tinha dito e atirou o pão para o cesto do lixo que tinha ao seu lado. Cinco cêntimos...dez ou mesmo 15 cêntimos que faltassem... era caso para atirar o pãozinho acabado de cozer para o lixo? A nossa progressiva transformação em robots sem um pingo de humanidade não deixa de me surpreender. Quando deixar, também eu já não terei coração e em vez de nervos, músculos e cérebro terei circuitos integrados, cabos de ligação e bateria recarregável.
Maria Alice Carvalho

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