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Técnico da protecção civil de férias e pedido de demissão incendeiam Câmara de Salvaterra

Técnico da protecção civil de férias e pedido de demissão incendeiam Câmara de Salvaterra

Presidente do município acusa funcionário de fugir às responsabilidades

Um incêndio na Glória do Ribatejo foi o rastilho para uma polémica entre o presidente da Câmara de Salvaterra de Magos e o coordenador da protecção civil municipal, que estava de férias, com o autarca a desancar no técnico que é funcionário do município. Hélder Esménio acusa o técnico do município responsável pela protecção civil, João Gomes, de habitualmente “fugir às suas responsabilidades”. O funcionário diz-se indignado por só ter sido informado do incêndio uma hora e meia depois do alerta.
“Por que motivo não fui chamado e informado mais cedo?”, questiona João Gomes, salientando que apesar de estar de férias podia ter sido informado em cima do acontecimento. Gomes, perante várias críticas sobre o facto de o fogo se ter descontrolado, apresentou uma carta de demissão de funções ao presidente do município que responde a esta posição em tom irónico. “Pediu demissão de quê? De trabalhar?”. Hélder Esménio refere que “nenhum funcionário da autarquia pode pedir demissão de funções que lhe foram atribuídas”.
Esménio explica que João Gomes iniciou as funções de responsável da protecção civil do município no tempo em que era presidente Ana Cristina Ribeiro (BE), revelando que após o actual executivo socialista ter tomado posse, o técnico pediu para que a “carga de trabalho fosse aligeirada”. O autarca refere que o funcionário não estava disponível para trabalhar fora do horário normal de trabalho, das 9h00 às 17h00, na protecção civil.
O autarca diz também que, enquanto presidente do município, passou a acorrer cada vez mais aos incêndios. “Quando vou mobilizo os encarregados da câmara para ajudarem nos problemas. Não culpabilizo o João Gomes pelo incêndio que ocorreu na Glória do Ribatejo no dia 13 de Agosto nem o colo às críticas feitas de falta de prevenção. A culpa do incêndio foi de quem ateou o fogo. O primeiro responsável pela protecção civil do concelho, que sou eu, esteve no terreno”.
O presidente não poupa nas críticas. “O João Gomes, em regra, está habituado a fugir. Foi comandante dos Bombeiros de Salvaterra de Magos e quando surgiram problemas na instituição preferiu afastar-se. Quando nós chegamos à câmara viu uma janela de oportunidade de fugir das funções que exercia e pediu redução de trabalho. Face às críticas do fogo na Glória do Ribatejo ele opta outra vez por fugir, pedindo a demissão”, acusa.
João Gomes afirma a O MIRANTE que não entende como se extrapolou tanto o assunto que ganhou dimensões desnecessárias. “Este é um assunto interno da câmara municipal que vai ser resolvido lá. O mais grave foi terem ardido 900 hectares e algumas pessoas perderam o seu sustento. Sinto que podia ter ajudado a combater o incêndio”, referiu.

Técnico da protecção civil de férias e pedido de demissão incendeiam Câmara de Salvaterra

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