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Novo ano lectivo arranca em Vila Franca de Xira com escolas à espera de obras

Novo ano lectivo arranca em Vila Franca de Xira com escolas à espera de obras

Presidente da câmara reuniu-se com secretária de Estado e pediu intervenções. Escolas de Vila Franca de Xira têm o dobro dos alunos para as quais foram construídas e vão arrancar o ano lectivo sem condições. Há alunos a ter aulas em contentores, salas onde chove como na rua e quadros eléctricos sem capacidade, por exemplo, para uma sala de computadores. Em todas existem placas de fibrocimento contendo amianto, um material cancerígeno que continua à espera de ser removido

A Câmara de Vila Franca de Xira investiu nestas férias escolares 470 mil euros a melhorar as escolas do primeiro ciclo e jardins de infância do concelho, que são da sua responsabilidade, mas as restantes escolas tuteladas pelo Ministério da Educação - secundárias e dos segundos e terceiros ciclos (EB 2,3) - vão começar mais um ano lectivo com os edifícios em estado de degradação e sem condições.
Milhares de alunos vão voltar às aulas em Setembro para escolas que têm hoje mais do dobro de alunos para as quais foram concebidas, com salas de aula que deixam entrar a água das chuvas, apresentam humidades, refeitórios exíguos, salas cujos quadros eléctricos não aguentam com as exigências actuais nem com mais de uma dezena de computadores ligados, por exemplo, e onde há ainda imensas coberturas de amianto - um material cancerígeno.
Isto para não falar das paredes em mau estado, pinturas que já desapareceram e pátios com espaços verdes em mau estado. Escolas onde os alunos têm aulas em contentores colocados nos pátios, como acontece em Vialonga, por falta de espaço. Noutros casos, como em Alverca na Secundária Gago Coutinho, os alunos vão continuar a conviver este ano com um estaleiro de obras, porque apesar de haver autorização ministerial para concluir obras deixadas a meio há cinco anos estas nunca avançarão antes de 2017.
As escolas em piores condições e que os pais e os autarcas dizem ser de intervenção urgente são a EB 2,3 de Vialonga, a EB 2,3 Aristides Sousa Mendes da Póvoa de Santa Iria, Secundária Gago Coutinho em Alverca, Secundária Alves Redol em Vila Franca de Xira e a EB 2,3 Soeiro Pereira Gomes em Alhandra. O presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), não gosta do cenário e já fez chegar ao Governo o seu descontentamento pelo arrastar da situação, tendo entregue à Secretaria de Estado um dossier com os problemas mais urgentes de resolver no concelho, durante uma reunião realizada no último mês em Lisboa.
“A Secundária Gago Coutinho precisa de receber obras que a coloquem em boas condições mas não é a única. A escola Aristides Sousa Mendes, da Póvoa, há mais de 37 anos que não recebe obras. Tive uma reunião com a secretária de Estado adjunta e da Educação [Alexandra Leitão] e disponibilizámo-nos para sermos, nós, câmara, parceiros numa solução de intervenção que o governo venha a desenhar para estas escolas. Ela ficou com esse dossier e estamos a aguardar desenvolvimentos”, explica o autarca. A ideia passa, por exemplo, pela câmara avançar para a recuperação de algumas escolas e ser depois ressarcida desse investimento.

Pais revoltados
Alguns pais de alunos destas escolas, escutados por O MIRANTE, criticam a passividade do governo e o que dizem ser o “deixa andar” em relação ao problema. “O meu filho vai entrar no nono ano e a escola continua uma vergonha. Os governos passam e os problemas não se resolvem. Fazem-se manifestações para tanta coisa mas ainda não vi a comunidade escolar de Vila Franca de Xira unir-se para alertar publicamente para esta situação e isso é triste”, refere Helena Monteiro, mãe de um aluno da EB 2,3 de Vialonga.
Outro encarregado de educação, Sérgio Nunes, tem a filha a estudar na Aristides Sousa Mendes da Póvoa de Santa Iria e diz que o que se passa na escola é “chocante”. “Não há outro termo, é mesmo chocante. O que vale ainda são os professores e os auxiliares, excelentes profissionais, que vão colmatando as falhas e dando o seu melhor apesar das instalações serem terceiro-mundistas e vergonhosas”, critica.
O MIRANTE contactou o Ministério da Educação sobre esta matéria - quisemos saber, entre outras coisas, se há um plano de intervenção para as escolas do concelho - mas nenhuma resposta nos foi enviada até ao fecho desta edição.

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