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Ateneu Vilafranquense num vazio directivo e com futuro incerto

Ateneu Vilafranquense num vazio directivo e com futuro incerto

Comissão administrativa tem gerido o Ateneu desde Maio, altura em que a anterior direcção optou por não continuar. Actuais dirigentes dizem que a colectividade bateu no fundo e que, desta vez, não pode haver hesitações.

O Ateneu Artístico Vilafranquense (AAV), uma das maiores colectividades da cidade de Vila Franca de Xira, está novamente num vazio directivo e a ser gerido temporariamente por uma comissão administrativa nomeada pelos sócios.
Tudo porque não apareceram sócios interessados em formar uma lista para os corpos sociais daquela colectividade, que presta um importante serviço público na cidade. O impasse já dura desde Maio, altura em que houve eleições na colectividade e a direcção cessante não se recandidatou, não tendo aparecido sócios com uma lista alternativa para dar continuidade ao trabalho.
Os vazios directivos no Ateneu têm sido frequentes e este é o segundo em cinco anos. Os actuais membros da comissão administrativa estimam que pelo menos em outras cinco ocasiões, ao longo da sua história, o Ateneu já tenha passado por esta situação. O grupo, encabeçado por José Luís Ferreira, Belina Cunha e Luís Quintela, está preocupado porque há planos para viabilizar a actividade futura do Ateneu mas para isso é preciso que haja gente capaz e interessada para integrar uma direcção.
“O Ateneu bateu no fundo. É uma expressão forte mas que não implica que não haja futuro e ideias. Este definhar sucessivo e ao longo de muitos anos nesta casa é a oportunidade para agora se fazer a modernização e reestruturação que ela precisa. A direcção que tomar conta disto está condenada a proceder a um plano de reestruturação de fundo que modernize e resolva os problemas. Nós reconhecemos a boa vontade, entrega e empenho das sucessivas direcções mas o que se andou a fazer foi empurrar os problemas com a barriga. Ainda ninguém teve coragem ou condições para dar os passos necessários para resolver estas questões. Não é possível continuar mais com isto sob o risco do Ateneu fechar”, alerta José Luís Ferreira a O MIRANTE.
A comissão está a finalizar um plano de intervenção que irá ainda ser discutido mas entre as prioridades está a resolução dos problemas do edifício do Ateneu, que tem vários imbróglios por resolver relacionados com a sua posse e legalização, incluindo um anexo vendido à banca há vários anos. O Ateneu tem mil sócios e movimenta mais de 650 pessoas, entre a música, desporto e actividades culturais. Emprega três funcionários.
“Há uma crise profunda do associativismo que é também uma crise da nossa sociedade. Houve uma evolução negativa rumo a um maior individualismo, egoísmo, há menos pessoas com a capacidade e qualidade de dar e oferecer à comunidade. E o associativismo baseia-se muito nesse trabalho de paixão e voluntariado e isso não está na nossa sociedade”, lamenta José Luís Ferreira.
As contas do Ateneu, confessam os dirigentes, “estão mal”, mas nada que não possa ser invertido. “Em termos da gestão administrativa corrente [que não inclui os encargos com o edifício e cujos valores os dirigentes não quiseram tornar público] temos um défice corrente na ordem dos 15 mil euros por ano. É muito grave, porque o orçamento desta casa anda na ordem dos 200 mil euros. Esses 15 mil euros resultam de um défice que tem vindo a ser acumulado mensalmente. Numa leitura macro dos números temos acumulado défice mensal na casa dos mil euros”, lamentam.

Intervenções para breve

No âmbito do Orçamento Participativo do último ano, promovido pela câmara municipal, saiu vencedor um projecto do Ateneu Vilafranquense, que tinha um investimento estimado de 90 mil euros e que contemplava, entre outros, o melhoramento das condições de trabalho da escola de música e banda do Ateneu com a compra de instrumentos e melhoria acústica das salas de ensaio, aquisição de fardamento para a banda, melhoria das acessibilidades ao palco do auditório para pessoas com mobilidade reduzida e pintura de algumas paredes exteriores do edifício que se encontram vandalizadas. Os trabalhos deverão arrancar em breve.

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