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Homem encontrado morto num poço suspeito de incendiar a própria casa

Homem encontrado morto num poço suspeito de incendiar a própria casa

Familiares acreditam que ex-recluso de 73 anos premeditou cenário de destruição antes de pôr termo à própria vida. A Polícia Judiciária está a investigar o caso que abalou o pequeno lugar de Casal do Norte, no concelho de Santarém.

“Parece que tinha tudo premeditado”, afirma Maria Dinis, prima de Manuel Vieira, que no domingo, 9 de Outubro, foi encontrado morto dentro de um poço perto da sua casa de habitação destruída pelo fogo nessa madrugada. No entender dos familiares com quem O MIRANTE falou, a vítima, de 73 anos, terá incendiado a casa e de seguida atirou-se para dentro do poço. Manuel, ex-recluso, aproveitou o facto de a ex-mulher, que vivia na mesma casa, ter ido ao Luxemburgo para ver a neta de quatro meses, para incendiar a habitação em Casal do Norte, Alcanede (concelho de Santarém).
Maria Dinis e o marido Adelino Vieira, que vivem na casa que fica atrás da habituação do falecido primo, são da opinião que Manuel Vieira regou a casa com gasolina e pegou-lhe fogo. As chamas destruíram dois carros (um que estava na garagem e outro no pátio) que foram encontrados com os depósitos destapados. Adelino Vieira refere que a ex-mulher de Manuel tinha chegada prevista para esse dia. Manuel Vieira divorciou-se de Maria Albertina Silva, de 70 anos, quando estava na prisão, mas quando regressou para o Casal do Norte voltou a partilhar casa com a ex-mulher.
“Quando ele voltou da prisão nunca mais quis falar com ele. Ele era muito complicado, provocava, tinha mau feitio e era mau. Colocava lixo na estrada de acesso à nossa casa, urinava no quintal sem nenhum pudor”, descreve Maria Dinis. Adelino Dinis diz que o seu primo passava o tempo sentado à porta de casa e que de vez em quando tratava da horta, passando também muito tempo nos cafés locais. No Café Dinis, na Várzea, o dono do estabelecimento, Armindo Dinis, refere a O MIRANTE que Manuel nunca causou confusões no estabelecimento e que lhe parecia que este até tinha melhorado depois de ter estado preso.
“Ele queria matar-nos, era a última coisa que queria fazer em vida”, diz por seu lado Maria Dinis. “Como tenho um sono muito leve ouvi muito barulho e fui ver o que se passava. As labaredas eram enormes e se não fosse o meu genro e a minha família o fogo ateava todo o mato que aqui está à volta e nós também morríamos”, acrescenta a mulher.
A investigação do caso está a cargo da Polícia Judiciária. Manuel Vieira nasceu no Casal do Norte. Esteve em França onde trabalhou na agricultura e segundo os familiares nunca teve um emprego fixo, tendo trabalhado também como forneiro.

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