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Tribunal entrega ao pai custódia do “bebé milagre” da Póvoa de Santa Iria

Tribunal entrega ao pai custódia do “bebé milagre” da Póvoa de Santa Iria

Bebé esteve 107 dias em gestação na barriga da mãe que se encontrava em morte cerebral. Disputa parental entre o pai e os avós maternos já durava desde o nascimento do menino e a decisão foi alcançada por acordo na segunda-feira, 24 de Outubro, no Tribunal de Vila Franca de Xira.

O Tribunal de Família de Menores de Vila Franca de Xira conseguiu que na manhã de segunda-feira, 24 de Outubro, os avós maternos e o pai do bebé Lourenço Salvador, de quatro meses, que nasceu com a mãe em morte cerebral, chegassem a acordo e ficou decidido que será o pai a ficar com a criança.
A disputa parental pela custódia do pequeno Lourenço, da Póvoa de Santa Iria, que por ser caso único na medicina portuguesa ficou conhecido como “bebé milagre”, já durava desde o seu nascimento, em Junho, altura em que o tribunal decidira deixar o menor aos cuidados do pai.
Os avós maternos na altura não concordaram e moveram um processo de relação parental para tentar ficar com a custódia da criança. Depois de uma troca de acusações entre ambas as partes na comunicação social nacional o caso chega agora ao fim, tendo ficado acordado que os avós podem ver a criança quando quiserem na casa do pai, mediante aviso prévio, e o direito a estar com a criança durante um fim-de-semana por mês durante quatro horas. “Conseguimos deixar para trás as intransigências de cada um e de uma vez por todas os adultos verdadeiramente preocuparam-se com o bem-estar do bebé. Assistimos a algumas ofensas de adultos para adultos e isso levou a que se virassem as costas uns aos outros. Esta litigância não tinha nexo em pessoas de bem, porque não se estava a discutir a criança, estava a discutir-se o carácter do pai e dos avós, por isso ficámos bastante satisfeitos com a conclusão”, explica Paulo Venâncio, advogado do pai da criança a O MIRANTE.
O advogado lembra que o pai de Lourenço é “trabalhador, uma pessoa equilibrada, enquadrada na sociedade, que se preocupa com o filho, não tem vícios e não sai” e que agora Lourenço pode ter um lar com “sustentação, alegria e amor”. O pai, Miguel, trabalha numa empresa de peças há sete anos e o seu patrão era uma das testemunhas abonatórias.

Bebé em recuperação
A criança está em franca recuperação mas ainda necessita de vigilância médica regular. Lourenço é filho de Sandra Pedro, que morava no bairro das Bragadas, Póvoa de Santa Iria e sofreu uma hemorragia cerebral em Fevereiro, quando estava grávida de 17 semanas. Os médicos pensavam que o bebé estava morto até terem feito um exame que detectou um coração a bater. Depois de um parecer da Comissão de Ética e da Direcção Clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Central, e de uma decisão acordada com a família, Sandra, de 37 anos, foi mantida viva até Junho com suporte hormonal, nutricional e funcional, permitindo a Lourenço nascer com 32 semanas. As máquinas que mantinham Sandra viva foram desligadas umas horas depois do parto.

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