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Populares improvisam paragem de autocarro e obrigam câmara a agir

Populares improvisam paragem de autocarro e obrigam câmara a agir

No início do ano um acidente derrubou uma paragem de autocarros da aldeia no concelho de Azambuja. Sem alternativa e com o mau tempo à porta, populares construíram uma solução de recurso que já vai na segunda versão. Porque a primeira foi deitada abaixo pela câmara, a quem compete resolver o assunto.

Alguns populares da localidade de Casais de Baixo, concelho de Azambuja, fartos de esperar pela reposição da paragem de autocarros deitada abaixo na sequência de um acidente, puseram mãos à obra e construíram uma solução de recurso na Rua dos Casaleiros. A primeira versão improvisada durou menos de 48 horas e já foi implantada a segunda. Perante essas intervenções e ameaça de mediatização do caso, a Câmara de Azambuja já prometeu colocar uma paragem em condições até final desta semana.
Quem nos conta a história é Filipe António, morador de Casais de Baixo. No início do ano um veículo ligeiro embateu contra a paragem do autocarro após um choque com um camião. No local ainda há sinais do embate. “Era uma paragem de acrílico igual a tantas em Azambuja”, afirma Filipe António que sublinha o esquecimento a que a localidade tem estado votada. “Em Abril enviei duas mensagens para a página pessoal do Facebook à senhora presidente da junta de freguesia para ver se alguém tomava alguma atitude. Entrou o Verão e o bom tempo e nunca mais liguei. Com a chegada do mau tempo, da chuva, do vento e do Inverno decidi com uma rapaziada fazer uma paragem para ver se alguém ganha vergonha”, aponta para O MIRANTE.
Da junta e da câmara nunca teve respostas. No local os autocarros param pelo menos quatro vezes por dia e quatro dos sobrinhos de Filipe utilizam-na. “Às vezes vou para o trabalho e vejo-os aqui todos arrumadinhos e encolhidos em cima deste bloco de cimento cheios de frio”.
No dia 31 de Outubro os operários de construção civil, Filipe António e o seu pai (também Filipe António), o serralheiro José Carlos Matos e Fausto construíram uma paragem feita em madeira e restos de chapas em três horas. Durou 48 horas uma vez que no dia 2 de Novembro a mesma foi retirada por seis funcionários da câmara. “Tiraram porque se sentiam envergonhados”, afirma o pai Filipe António. “Mas ao menos que tivessem trazido uma das paragens que têm guardadas nos estaleiros da câmara”.
No dia 6 de Novembro o grupo reuniu-se de novo e com troncos de eucalipto, lonas, pregos, parafusos e caricas de cerveja a fazer de buchas criaram uma nova paragem de autocarro. Quando O MIRANTE esteve no local apareceu Manuel Estupendo que pegou em duas cadeiras velhas e as colocou na paragem do “Zé Povo” para conforto dos seus utentes – “não coube Povinho”, dizem entre risos.

Paragem vai ser colocada ainda esta semana
O vice-presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio (PS), garantiu a O MIRANTE que até ao final desta semana vai ser colocada uma nova paragem paga pelo município, acrescentando que apesar de ter sido demolida a primeira paragem pediu ao presidente Luís de Sousa para manter a segunda feita pelos populares, que vai ser retirada assim que vier a nova. Adiantou ainda que apesar de ter algumas peças de abrigos nos estaleiros da câmara, não tem as suficientes para colocar uma completa.

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