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“Os homens não conseguem fazer três tarefas ao mesmo tempo, o que é frequente na mulher”
Ana Maria Lima

“Os homens não conseguem fazer três tarefas ao mesmo tempo, o que é frequente na mulher”

Ana Maria Lima, presidente do conselho de administração da Fundação CEBI. Começou a exercer cargos de chefia ainda antes dos trinta anos e nunca se sentiu discriminada por ser mulher. No entanto, a presidente da Fundação CEBI (Fundação para o Desenvolvimento Comunitário de Alverca) reconhece que ainda existe muito a fazer para se atingir uma situação de igualdade plena entre homens e mulheres.

Ana Maria Lima, presidente do conselho de administração da Fundação CEBI, diz que nunca se sentiu excluída por ser mulher e que sempre conseguiu conciliar a vida profissional com a vida familiar. Acrescenta que também nunca sentiu que o facto de ser mulher a tivesse prejudicado no acesso a cargos de chefia e dá exemplos disso.
“Aos 29 anos estava a chefiar um departamento no Banco e aos 35 assumi a função de directora. Cheguei a ser responsável por 120 pessoas. No Banco tive várias colegas com o mesmo cargo. Desde 1995 que integro a administração da Fundação CEBI. Admito que sejam exemplos felizes”, salienta. Reconhece no entanto que nem todas as mulheres conseguiram fazer um percurso idêntico ao seu apesar de terem qualificações que lhes permitiam fazê-lo.
A nível político defende que as mulheres fazem muita falta e tem uma ideia original sobre a importância das quotas impostas por lei, que obrigam à inclusão de uma percentagem de mulheres nas listas de candidatos a cargos políticos. “Os homens precisam da imposição dessas quotas para mudarem a sua forma de pensar”, declara.
“Que me recorde, para além da actual presidente do CDS, Dra. Assunção Cristas, apenas houve uma presidente do PSD, Dra. Manuela Ferreira Leite. Penso que a mulher, que habitualmente corre mais riscos que o homem, deve assumir também as suas responsabilidades políticas e disponibilizar-se para liderar os partidos”, defende.
Para a presidente do conselho de administração da Fundação CEBI a maior vantagem das mulheres em relação aos homens é “o tal 6º sentido de que tanto se fala”. Ana Maria Lima nunca teve pena de não ter nascido rapaz nem nunca pensou no assunto. Sente-se realizada e feliz como mulher e gostou de ter uma filha e uma neta.
Reflectindo sobre uma característica comum à maior parte dos homens que os diferencie das mulheres fala da incapacidade de eles executarem vários trabalhos em simultâneo. “Salvo raras excepções, como por exemplo o nosso Presidente da República que consegue escrever sobre temas diferentes simultaneamente com as duas mãos, os homens não conseguem fazer três tarefas ao mesmo tempo, o que é frequente na mulher por força das circunstâncias”.
Ana Maria Lima gosta de touradas e lembra que quando trabalhou junto à Praça do Campo Pequeno era frequente tomar a iniciativa de comprar bilhetes para assistir a algumas. Também costuma ver jogos de futebol. Tanto no estádio como através da televisão. Na juventude praticou ténis e sky, tanto aquático como de neve.
Desde muito nova que lê e considera a leitura um passatempo e uma necessidade. O livro que mais a marcou foi “O drama de João Barois”, de Roger Martin du Gard. Também gosta de ler livros de Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Sebastião da Gama, Roger Martin du Gard, Isabel Allende e Virgil Gheorghiu, entre muitos outros. Na área da pintura prefere os impressionistas e refere Vieira da Silva, Van Gogh e Monet.

“Os homens não conseguem fazer três tarefas ao mesmo tempo, o que é frequente na mulher”

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