uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
“Ser mãe talvez seja a ligação mais profunda que um ser humano pode ter com outro”
Lúcia Botequim Nunes

“Ser mãe talvez seja a ligação mais profunda que um ser humano pode ter com outro”

Lúcia Botequim Nunes - Empresária Tepsol Ldª Santarém. A luta que as mulheres travaram para se imporem no mundo profissional ao mesmo tempo que eram obrigadas a desempenhar todas as funções que tradicionalmente lhes estavam atribuídas acabou por torná-las mais fortes.

Transformar todos os dias em dias positivos independentemente dos obstáculos que possa encontrar, conseguir merecer o respeito de todos os que a rodeiam, sejam os elementos da sua equipa, clientes, fornecedores, ou parceiros de negócio, são os objectivos diários da empresária Lúcia Botequim Nunes, empresária proprietária da Tepsol - Técnicas de Protecção Solar, em Santarém.
Acredita que a actividade que tem já lhe estava destinada. Confessa que o caminho percorrido exigiu trabalho e persistência e diz que tem gosto por criar e desenvolver, característica que é partilhada pelos elementos da sua equipa.
Diz que adora ter nascido mulher porque isso permitiu-lhe ser mãe. “É uma experiência completamente transformadora e talvez seja a ligação mais profunda que um ser humano pode ter com outro”, declara.
Não é grande adepta de “mimos e atenções” na área profissional. Nem sequer por simples cavalheirismo. “Não ignoro que o termo ‘cavalheirismo’ aqui está impregnado de implicações classistas e sexistas, há quem goste, quem não goste, e quem ignore. No meu ponto de vista num mundo de igualdade e profissionalismo deve haver lugar apenas para atitudes coerentes, de igualdade e profissionais “, defende.
Lúcia Botequim Nunes realça o esforço que tem vindo a ser feito pelas mulheres para eliminar a discriminação com base no sexo. “Para se inserirem no mundo profissional competitivo, e serem profissionais competentes e cumpridoras, as mulheres tiveram a necessidade de desenvolver muitas aptidões, mantendo todas as outras que já lhes eram exigidas, assim como ser a dona de casa perfeita, a companheira cúmplice e compreensiva, a mãe extremosa e preocupada, a filha atenta, a nora responsável, a amiga presente, a governanta que organiza o dia-a-dia da família... Enfim, uma lista interminável, onde ainda se espera que a mulher tenha tempo para ser o que é, Mulher, não deixando descurar a imagem, ter atenção aos ponteiros da balança… Afinal todos estes desafios trouxeram uma vantagem e a mulher consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo”.
Acredita que um dia existirá uma sociedade de pessoas com os mesmos direitos, com capacidade de se respeitarem mutuamente apesar das diferenças. Quanto à política acredita que actualmente já seria bem aceite uma mulher no cargo de primeiro-ministro, coisa impensável há algumas décadas.
Respondendo a uma questão sobre quem deve mandar em casa, a proprietária da Tepsol traça um paralelismo com o mundo empresarial. “Numa casa ninguém manda! Os elementos da família entram em consenso para planearem e resolverem juntos as coisas. O lar deve ser um lugar de paz e harmonia. Se fôssemos comparar a família com uma empresa, penso que o casal seriam os sócios maioritários, com o mesmo poder de actuação, cada um respeitando a decisão do outro e cooperando em todos os projectos”.
Quanto à educação dos filhos diz que o essencial é a transmissão de valores e princípios de igual forma, de modo a que se tornem seres humanos íntegros e correctos”. Ao mesmo tempo é importante dar-lhes amor e liberdade para serem criativos, resistentes e independentes por conta própria, afinal há coisas que têm de ser aprendidas por eles próprios. No entanto os filhos vão ter necessidades e quereres diferentes das filhas e como pais é crucial adaptarmo-nos às diferenças e de conseguir estar à altura de acompanhar ambos.”, refere.

“Ser mãe talvez seja a ligação mais profunda que um ser humano pode ter com outro”

Mais Notícias

    A carregar...