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Tetraplégico pede alcatroamento na rua à porta de casa

Tetraplégico pede alcatroamento na rua à porta de casa

Joaquim Gomes vive no Alto do Vale, Santarém, e há três anos que um acidente lhe tirou a mobilidade. O mau estado do piso da rua onde mora é um obstáculo à circulação da sua cadeira de rodas. Familiares, vizinhos e auxiliares há muito que pedem piso liso.

Em 2013 Joaquim Gomes, 50 anos, teve um grave acidente de mota em Vila Chã de Ourique, concelho do Cartaxo, que lhe deixou marcas para o resto da vida. Natural de Vale de Santarém, concelho de Santarém, ficou tetraplégico e necessita de atenção e cuidados constantes, não conseguindo comer ou deslocar-se sozinho. Há muito que pede melhorias na Rua do Sobreiro, no Alto do Vale, localidade da freguesia onde reside, pois o mau estado do pavimento afecta a circulação da sua cadeira de rodas nos passeios diários para apanhar ar e sol pelas redondezas.
Até ao trágico acidente Joaquim Gomes trabalhava no serviço de pós-venda da General Motors em Oeiras. Casado e com dois filhos foi atirado para uma cama num quarto onde passa grande parte do dia a ver televisão. “Gosto de me manter informado e há vários programas de que gosto”, diz a O MIRANTE com a lucidez que o acidente não lhe retirou mas com alguma dificuldade na respiração. Apesar disso reserva sempre uma hora do seu dia, normalmente antes do almoço, para passear pela zona com a mãe e com uma auxiliar que o ajuda diariamente.
Um carro pode não sentir as dificuldades em passar pela rua mas o seu visível mau estado, com buracos, alcatrão gasto e várias pedras soltas fazem toda a diferença para Joaquim. O caminho tem uma extensão de cerca de 100 metros que o morador tem de percorrer obrigatoriamente pelo alcatrão uma vez que os passeios são estreitos para a sua cadeira de rodas.
“A estrada é horrível. Ao passar pelos buracos tenho muitas dores e dificulta-me a respiração, é muito incomodativo”, explica.
Os vizinhos e auxiliares de Joaquim têm tentado fazer com que a sua voz seja ouvida na Junta de Freguesia de Vale do Santarém ou na Câmara de Santarém, tendo feito até um abaixo-assinado no tempo do presidente Moita Flores que não deu frutos. “Não querem saber de nada”, afirma a mãe Ana Maria Serranho. “A câmara diz sempre que vai pôr alcatrão em Dezembro mas dizem isso todos os anos”, desabafa Joaquim.

Câmara e junta desresponsabilizam-se
O MIRANTE falou com o vereador Luís Farinha, da Câmara de Santarém, que referiu que a repavimentação da estrada está delegada à Junta de Freguesia de Vale de Santarém. O vereador, que tem o pelouro do urbanismo, disse ainda que a estrada não está incluída no plano de requalificação da rede viária do concelho, lamentando que não exista capacidade de resposta para todos os casos.
O presidente da Junta de Freguesia de Vale de Santarém diz ter conhecimento da situação, para além de referir que é familiar de Joaquim Gomes. Manuel Custódio (PS) diz que à junta apenas estão delegadas as pequenas reparações na estrada, como buracos ou reparações de valetas, o que não é o caso, acrescentando que já visitou a estrada com um técnico que lhe referiu que não é possível a colocação de massas frias e que a estrada deve ser repavimentada. Manuel Custódio diz ainda que a estrada está incluída nos arruamentos diversos a alcatroar ao longo do próximo ano pela câmara.

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