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“Pratiquei desporto vinte horas semanais durante vinte anos mas agora não tenho tempo”

“Pratiquei desporto vinte horas semanais durante vinte anos mas agora não tenho tempo”

João Martins Gomes, 36 anos, sócio-gerente da Sitex do Forte da Casa

João Martins Gomes sempre trabalhou por conta própria. Concilia a actividade de sócio-gerente de uma empresa de comércio de calçado com a arquitectura, área em que se formou. Não se consegue desligar do trabalho e leva sempre os problemas do dia consigo para a casa. Passa muitas noites em claro a pensar na resolução de problemas. Quando não trabalha utiliza o tempo para conviver com a família.

Não nascemos com o destino traçado porque somos nós que o traçamos todos os dias. Ser empresário foi algo que surgiu na minha vida e espero continuar assim por muitos mais anos. Nem sempre tenho uma vida fácil mas gosto do que faço e isso é fundamental. Tive a sorte de nunca ter sido funcionário de alguém.
Ser patrão hoje não é o que era em tempos porque está tudo muito mais difícil. Trabalhamos seis a sete dias por semana, não temos horas e temos a preocupação extrema de, ao final do mês, pagar os ordenados dos nossos colaboradores. Não basta apenas a nossa família, temos de pensar nos nossos colaboradores, que para mim são como família. Por vezes custa ter essas responsabilidades, é preciso ter a cabeça fria e calma nas decisões.
Gosto muito de desporto mas hoje em dia já não pratico tanto como antigamente. Cheguei a praticar 20 horas de desporto semanais durante praticamente 20 anos. Mas os filhos aparecem e a vida modifica-se. Para além da família a vida de empresário consome-nos o tempo todo. Pratiquei futebol, pingue-pongue e surf. Agora estou mais focado na família.
Sou de Alverca mas estudei sempre na Póvoa de Santa Iria e em Lisboa, tenho poucas lembranças da cidade. Costumava jogar à bola na rua com os meus amigos. Estar aqui na Sitex foi o meu primeiro emprego.
Formei-me em arquitectura e o que me fascina é estar constantemente envolvido num processo de criação. Tenho vários projectos de que gosto mas nenhum que possa dizer que é um modelo. É sempre uma aventura nova. Fui aliciado para ir para o estrangeiro no início da formação e no final mas nunca tive essa ambição. O interesse pelos sapatos e pela moda começou na altura do meu casamento. É uma área que também está em permanente inovação.
Os têxteis portugueses ainda continuam a ser uma referência. Neste momento o têxtil nacional na área do calçado é reconhecido e é dos melhores a nível mundial. Na Sitex dedicamo-nos sobretudo à comercialização de calçado nacional. Há onze anos que estou ligado à empresa, que já tem 40 anos, é uma empresa familiar que vem da parte do meu sogro. Oferecemos qualidade nos nossos produtos. Temos seis lojas espalhadas pela região – uma no Forte da Casa, duas em Alverca, uma em Vila Franca de Xira, Santarém e Benavente.
Passo muitas noites sem dormir porque as coisas não estão fáceis para ninguém. Levo o trabalho comigo para casa e como tenho duas áreas de trabalho por vezes não é fácil desligar nem de uma nem de outra. Um negócio para ter êxito consome muitas horas de trabalho. É verdade que sem sorte ninguém faz nada, pode-se trabalhar muito e não se ter sorte. Mesmo trabalhando pouco pode-se ter sorte mas essa sorte é momentânea e pode acabar. Para se ter alguma coisa temos de trabalhar muito. É esse o segredo para o sucesso.
Gosto de ocupar os tempos livres com os meus dois filhos e a família. São o meu maior orgulho. Quando crescerem espero que sejam felizes e possam ter uma vida razoável com a profissão que escolherem. Temos uma quinta na zona da Azambuja para onde costumamos ir passar alguns dos nossos momentos em família. Não tenho vícios. A minha vida é trabalho, casa e filhos.
Só quero ser feliz sem que me chateiem a cabeça (risos). Espero evitar os problemas da vida, as invejas, os ciúmes, as doenças. Que a vida corra sem problemas. O meu principal valor de vida é a família. E com ela estão os valores da honestidade, sinceridade, compaixão. Os meus valores essenciais são os valores cristãos. Sou católico não praticante.

“Pratiquei desporto vinte horas semanais durante vinte anos mas agora não tenho tempo”

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