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O gosto por colaborar e ser útil à comunidade

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José Pires, 58 anos, é o presidente do Grupo de Dadores de Sangue de Vialonga. Garante que um dirigente associativo, se tiver vontade de trabalhar, não fica cansado. “É tudo uma questão de gostar ou não do que se faz”, conclui.

Ser útil à comunidade e às pessoas que precisam é um lema de vida para José Pires, 58 anos, presidente do Grupo de Dadores de Sangue de Vialonga (GDSV), concelho de Vila Franca de Xira. O dirigente lidera uma das duas únicas associações de dadores de sangue existentes naquele concelho e confessa-se uma pessoa incapaz de estar parada. Diz que um dos maiores prazeres que tem na vida, além da família, é poder dar um pouco de si em prol da comunidade onde reside.
Natural de Gouveia, distrito da Guarda, José Pires veio viver com 14 anos para Moscavide à procura de trabalho. “Era isso ou resignar-me e ficar a trabalhar a terra como todos os outros da minha geração. Não havia trabalho nenhum na minha terra”, recorda. Guarda boas memórias da infância e ainda hoje vai todos os anos à sua terra, a casa de familiares, para matar as saudades.
Em Santa Iria da Azóia (Loures) trabalhou numa empresa de construção entretanto falida, que o levou a procurar outro emprego. Acabou por entrar numa empresa de refrigerantes, onde estava encarregado de uma máquina de lavar garrafas. Mais tarde foi fogueiro, trabalhando nas caldeiras da empresa. “Estive lá 18 anos e acabei por sair para ir trabalhar por minha conta. Já conhecia alguns clientes a quem fazia uns biscates fora de horas e acabei por me lançar no negócio que ainda hoje tenho, de construção civil e pintura, onde gosto muito de estar”, recorda a O MIRANTE. José Pires vive em Vialonga desde 1979 e garante que nada o tira do sério. “Sou uma pessoa calma”, assegura.
Diz que parar é morrer e por isso não se vê na reforma nos anos mais próximos. Mesmo que isso aconteça garante que continuará a fazer “uns biscates” porque adora o que faz. Talvez por isso garanta não ter um emprego de sonho. Sempre foi um homem sem medo de sujar as mãos no trabalho. Ser dirigente associativo é outra das características que lhe estão na massa do sangue e é conhecido na comunidade precisamente pelo seu papel em direcções de colectividades. Além dos dadores de sangue - onde está há quase uma década - já passou pelas direcções dos Bombeiros de Vialonga, do Grupo Desportivo de Santa Eulália e foi um dos sócios fundadores da Associação de Bem-Estar Infantil de Vialonga (é o sócio número 3).

É preciso mais gente a dar sangue
José confessa que no início tinha medo de dar sangue mas que depois com o tempo acabou por aceitar. “Hoje em dia sinto-me bem, sinto que estou a fazer bem à comunidade e que há pessoas que agradecem o nosso gesto. Mas também sei que há pessoas a dar sangue só para poderem ficar isentos das taxas moderadoras”, lamenta o dirigente, para quem o números de dadores é ainda inferior ao desejado. “Isto de dar sangue não se explica, sente-se, e claro que precisávamos que mais gente aparecesse para dar”, recorda.
Com mandato até 2018, José quer continuar a reforçar o número de dadores, aumentar as sessões de esclarecimento e informação à população e celebrar da melhor maneira, em Março do próximo ano, os 40 anos do GDSV. O grupo vai celebrar a ocasião com um almoço de convívio no Grupo Desportivo de Santa Eulália. “Um dirigente associativo, se tiver vontade de trabalhar, não fica cansado. É tudo uma questão de gostar ou não do que se faz”, conclui.

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