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Médico atropela irmãos na passadeira e leva-os ao hospital sem informar autoridades

Caso passou-se em Santarém e o hospital também não alertou a PSP como é habitual

Dois irmãos de 12 e 18 anos de idade foram atropelados numa passadeira no bairro de S. Domingos, Santarém, por um médico do Hospital de Santarém, que os levou ao hospital no seu carro, sem chamar o socorro e sem alertar as autoridades. Já nas urgências, a unidade hospitalar não comunicou a situação à PSP, segundo garante o comando distrital de Santarém, o que não é normal. Segundo a PSP, é habitual o hospital informar a esquadra da polícia para que esta proceda à identificação das pessoas e do caso.
Contactado por O MIRANTE, o conselho de administração do hospital de Santarém afirma que ao hospital de Santarém “compete assegurar os cuidados de saúde, adequados e em tempo oportuno, aos doentes e/ou sinistrados que recorrem aos seus serviços”.
A mãe dos jovens, Maria Farinha, comunicou a situação à PSP mas não apresentou ainda queixa formal. Nem ela nem a filha de 18 anos, que por ser maior de idade também pode apresentar queixa sem intervenção dos pais. Maria diz que não ganhou para o susto quando na manhã do dia 21 de Novembro (segunda-feira) a sua filha mais velha lhe ligou a pedir para que fosse ao Hospital de Santarém porque tinham sido atropelados numa passadeira junto às torres de São Domingos, a poucos metros da unidade hospitalar. “Só quando chegou ao hospital é que soube mais pormenores do que tinha acontecido”, conta.
Ana, de 18 anos, e Francisco, de 12, iam para a Escola Secundária Sá da Bandeira a pé, como todos os dias, quando foram atropelados. “Paramos na passadeira e vimos o carro a circular devagar e a abrandar. Atravessamos e quando já estávamos quase no outro lado do passeio o carro acelerou de repente e atropelou-nos”, recorda a jovem. Com o embate os dois irmãos caíram ao chão e ficaram magoados. O condutor saiu do carro e ofereceu ajuda. “Percebemos que o senhor estava muito nervoso com a situação e perguntou-nos se queríamos boleia para o hospital. Não sabia o que havia de fazer e como vi que o meu irmão estava com falta de ar, tive medo que tivesse alguma coisa partida e aceitei”, explica.
Ana e Francisco fizeram exames e ficaram umas horas em observação, tendo tido alta posteriormente. “O médico ortopedista que viu os meus filhos perguntou-me se queria que passasse uma receita para algum medicamento para as dores. Estranhei porque eles é que deviam saber o que é que os meus filhos precisam”, disse. Maria Farinha optou mais tarde por levar os filhos ao hospital privado. “Com o Francisco aparentemente está tudo bem mas na CUF descobriram que a minha filha tinha uma ferida interna na anca que no hospital público não me disseram que tinha. Achei que tentaram ‘despachar’ os meus filhos do hospital depois de terem visto que não havia nada partido”, crítica, ressalvando, no entanto, que o médico pagou as despesas hospitalares.
“Não quero prejudicar a vida a alguém, só quero alertar. Os meus filhos não podiam ter saído do local do acidente sem a presença da PSP”. Depois do acidente Maria teve de ficar uns dias de baixa para acompanhar os filhos e como não tem carro eles têm que utilizar táxis e autocarros para irem para a escola, porque Ana tem dores nos joelhos quando faz o percurso para a escola a pé. O MIRANTE tentou contactar o médico que, alegadamente, atropelou os dois irmãos até ao Hospital Distrital de Santarém mas até ao fecho desta edição não obtivemos qualquer resposta.

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