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Salvaterra de Magos ganha valor com Falcoaria como Património da Humanidade
O presidente da Câmara de Salvaterra, Hélder Esmenio (à esquerda) integrou comitiva portuguesa que se deslocou à Etiópia

Salvaterra de Magos ganha valor com Falcoaria como Património da Humanidade

Candidatura em que o município ribatejano foi parceiro obteve classificação positiva da UNESCO. Decisão oferece um novo potencial de desenvolvimento turístico e económico.

A Falcoaria Portuguesa foi classificada pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão foi anunciada na quinta-feira, 1 de Dezembro, em Adis Abeba, capital da Etiópia, onde decorreu a 11ª reunião do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.
O presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio (PS), viajou com a comitiva portuguesa para a Etiópia pois o seu município liderou a candidatura entregue em 2015. “Esta candidatura foi liderada pelo município de Salvaterra de Magos, em parceria com a Universidade de Évora e a Associação Portuguesa de Falcoaria e o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo”, refere o gabinete de comunicação da Câmara de Salvaterra de Magos.
No cerne da candidatura está a existência em Salvaterra de Magos de um edifício “completamente icónico”, a Falcoaria Real, construído no século XVIII por ordem de D. José I, classificado em 1953 como Imóvel de Interesse Público e recuperado pelo município em 2009, depois da aquisição a um privado que usava o espaço como celeiro agrícola, sendo actualmente um “museu vivo”.
Para o autarca, a certificação pela UNESCO constitui “mais uma oportunidade para promover o país, o Ribatejo e, em particular, o concelho de Salvaterra de Magos, tornando-o num apetecível destino turístico, onde a falcoaria se alia à natureza e ao rio Tejo, permitindo ainda o desenvolvimento de actividades que reforcem a identificação da população local com a sua história e com o seu património material e imaterial, mantendo viva esta prática milenar que é a caça com falcão e que em Salvaterra tem já séculos de existência”. Hélder Esménio destaca o trabalho que, a partir do museu, é desenvolvido em parceria com os falcoeiros, dando conteúdo à marca “Salvaterra de Magos - Capital Nacional da Falcoaria” registada pelo município em 2014.

Novas dinâmicas no turismo
A abertura da Falcoaria Real a estudiosos e investigadores é uma das ambições de Hélder Esménio, acreditando Pedro Afonso que a inscrição como Património da Humanidade vai permitir aprofundar o trabalho de caracterização das “marcas identitárias” da falcoaria portuguesa e a sua difusão.
António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, disse à Lusa que este é um dos produtos que responde à procura de destinos identitários que o turista do tempo actual (com um perfil mais culto e mais informado) procura e que a entidade de turismo tem procurado desenvolver, na convicção de que a classificação é um factor promocional muito forte. “Valorizar a falcoaria e Salvaterra de Magos vai incrementar em muito o turismo. Com a classificação criam-se dinâmicas, rotas, percursos, torna-se o património um valor para o território”, afirmou.

Palácio da Falcoaria Real situa-se em Salvaterra de Magos

Arte ganha novo alento

A integração da arte da falcoaria em Portugal na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da UNESCO será, para os falcoeiros portugueses, “determinante para que esta prática continue viva” e, para Salvaterra de Magos, factor de visibilidade. “A classificação da falcoaria é determinante para a prática nacional”, disse Pedro Afonso, presidente da direcção da Associação Portuguesa de Falcoeiros (APF).
Para Pedro Afonso, o reconhecimento pela UNESCO fornece “o argumento que faltava” aos falcoeiros para resolver “dificuldades” que põem em causa a continuidade desta prática ancestral no país. Em particular, referiu o trabalho de “sensibilização” que terá de ser feito para permitir o acesso dos falcoeiros às Zonas de Caça, pois é fundamental que tenham locais para praticar, bem como na redução da “burocracia excessiva” existente no processo de registo das aves.

Salvaterra de Magos ganha valor com Falcoaria como Património da Humanidade

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