A primeira empresa a instalar-se na Plataforma Logística da Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira, será do grupo Jerónimo Martins, dono da cadeia de supermercados Pingo Doce, que pretende instalar no local uma unidade de processamento de carne e distribuição.
A informação foi avançada na última reunião de câmara pelo presidente do município de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), durante a discussão que levou à aprovação, por unanimidade, de uma proposta de alteração ao loteamento da plataforma que visa precisamente ir ao encontro das necessidades da empresa.
O autarca diz mesmo que se trata da “pedra de toque” que abrirá caminho a que mais empresas se venham a fixar naquele espaço. Em causa está a redução de uma área de 10 para quatro lotes, a remoção da portaria que estava prevista para o local e a eliminação de 150 lugares públicos de estacionamento numa bolsa que tinha 600 lugares.
“Já existe um contrato de promessa de compra e venda entre a Jerónimo Martins e a dona da plataforma logística mas o negócio só será definitivo quando aprovarmos estas alterações ao loteamento. Está em causa um investimento grande que estava a ser disputado também por outros municípios e que fica cá. Haverá condições para as obras avançarem em 2017/2018”, garante Alberto Mesquita.
Os valores do investimento não foram revelados. A O MIRANTE o Grupo Jerónimo Mrtins confirma o interesse nesta localização mas não adianta mais qualquer informação sobre o assunto. As obras de infraestruturação dos lotes ainda não estão feitos e a zona a ocupar pela empresa será junto à rotunda do nó de acesso à Auto-Estrada do Norte (A1).
Segundo Alberto Mesquita, este será um investimento “muito importante” para o concelho e para a Castanheira do Ribatejo, perspectivando também algumas dezenas de postos de trabalho. Diz o autarca que além da construção da unidade de transformação de carnes, embalamento e distribuição, a empresa vai também construir uma creche no local para servir os trabalhadores daquela unidade. “Com a aprovação da proposta poderão arrancar os trabalhos de aterro e consolidação daquelas terras com vista ao avanço das obras”, explica.
A oposição deu o seu voto favorável à alteração do loteamento por considerar que uma perspectiva de investimento na freguesia é útil para a população.

“A plataforma logística morreu”

A instalação da unidade da Jerónimo Martins vem também mudar o paradigma da plataforma logística, passando a ser antes uma “Plataforma de Actividades Económicas”, que Alberto Mesquita diz ser “o local por excelência dos futuros investimentos no concelho”. O autarca nota que o sucesso do projecto Portugal Logístico, lançado por José Sócrates em 2008, foi “muito baixo” e que a plataforma logística irá lentamente converter-se em área empresarial. Com a perspectiva de revisão do Plano Director Municipal (PDM) em cima da mesa para 2017, é mais que certo que a zona vai ganhar nova classificação para potenciar a instalação de empresas transformadoras e não apenas logísticas. “A plataforma logística morreu. Como foi criada e apresentada não passou de uma acção de propaganda do governo”, criticou Rui Rei, da Coligação Novo Rumo.