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Jovem campeão de Tomar não vê futuro na natação

Jovem campeão de Tomar não vê futuro na natação

Afonso Rosa venceu nacional dos 50 e 100 metros costas pelo Clube de Natação de Torres Novas

Tem 11 anos dedicados à natação e nos últimos tempos tem conseguido atingir pódios nacionais, principalmente na vertente de costas. Afonso Rosa, 17 anos, de Tomar, é campeão nacional pelo Clube de Natação de Torres Novas. A natação é sua paixão mas não se vê a viver da modalidade.

A seis meses de atingir a maioridade, Afonso Rosa, 17 anos, mostra-se céptico quanto à modalidade que pratica: “A natação em Portugal não tem futuro”, refere. “Este ano foram dois atletas aos Olímpicos e eu até gostava de ir mas acho que não dá para viver da natação apesar de querer continuar a praticar”, sustenta o jovem que tem nos pais o suporte financeiro para o desporto.
Natural de São Pedro de Tomar, Afonso Rosa está no 11.º ano na Escola Secundária Jácome Ratton a tirar o curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva. O nadador sagrou-se campeão nacional de natação pelo Clube de Natação de Torres Novas (CNTN) em 50 e 100 metros costas, numa prova que se realizou entre os dias 9 e 11 de Dezembro na Madeira.
Nos seus horizontes está exercer uma profissão ligada ao desporto, como professor ou treinador pessoal, mas Afonso não descarta a possibilidade de seguir o ramo militar: “A Marinha sempre me fascinou porque desde pequeno que vejo filmes sobre o tema mas ainda tenho um ano para decidir”, acrescenta.
O pai de Afonso Rosa pertenceu à direcção da Associação de Natação do Distrito de Santarém (ANDS) e desde de pequeno que o influenciou. “Comecei a ir com ele para a piscina, depois ele inscreveu-me em aulas de natação e as coisas foram desenrolando-se”, conta o jovem.
Aos seis anos entrou para a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais de Tomar e aí começou a natação mais a sério. Esteve no clube por dois anos e depois mudou-se para o Clube de Natação do Tejo porque o treinador que o acompanhou desde início “desapareceu do mapa”. E com dificuldades na adaptação a um novo técnico mudou-se para o clube da Vila Nova da Barquinha.
Com 10 anos, Afonso voltou para a Gualdim Pais e aí começou a apresentar os primeiros resultados nacionais. Aos 13 anos conseguiu um segundo lugar no campeonato nacional de infantis em 100 metros costas e dois anos mais tarde alcançou os primeiros lugares em 50 e 100 metros costas em juvenis, para além da terceira posição em 200 metros costas. Medalhas em provas distritais não faltam. “Tenho centenas”, afirma.

Nadar exige dedicação

Afonso Rosa está actualmente na segunda época no Clube de Natação de Torres Novas, que escolheu pelas condições que apresenta, para além de poder dividir despesas nas deslocações com o seu treinador, Pascoal Mendes, que também é de Tomar. “É um bom clube de formação mas ainda falta um ginásio fixo, por exemplo. Quando for para a universidade talvez pense em entrar num clube maior”, acrescenta Afonso.
Faz provas de mariposa, estilos, livres e estafeta mas admite ter melhores resultados em costas. “Foi depois de sair Clube de Natação do Tejo que viram que tinha jeito para costas, até lá fazia muita mariposa e comecei a treinar cada vez mais essa vertente”, conta.
A O MIRANTE o jovem diz gostar “daquele nervosismo e ansiedade antes das provas”, para além do convívio com os colegas de competição. “Às vezes é esgotante estar três horas numa piscina sem falar com ninguém mas nunca pensei em desistir porque gosto disto”, admite Afonso, que treina três horas de segunda a sexta-feira e aos sábados duas horas de manhã e duas à tarde.
“Para chegar a estes resultados é preciso treinar muito e ter muita dedicação”, afirma Afonso Rosa. “Tenho namorada mas saio pouco à noite. Tenho de abdicar da diversão sempre que há uma prova importante e tento não abusar e chegar cedo a casa. Mas muitas vezes por causa do cansaço já nem saio. É uma rotina a que me já habituei”, conclui o jovem que não deixa de destacar um recorde nacional em estafeta em 4 por 100 metros estilos pela selecção distrital juvenil.

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