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Aeromodelismo não vinga na cidade berço da aviação

Aeromodelismo não vinga na cidade berço da aviação

Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo nasceu há dez anos.

O Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo (CAAR) celebrou 10 anos em Setembro de 2016. A colectividade dedica-se à construção e voo de modelos de aviões em pequena escala, mas apesar de estar situada numa terra associada aos primórdios da aviação portuguesa o clube não tem conseguido crescer nem atrair novos praticantes, em parte por não ter uma pista própria.
O clube pratica aeromodelismo em vários locais, desde o Depósito Geral de Material da Força Aérea em Alverca, ao campo de voo da Azambuja, ou à pista da federação na Maçussa. Para voo no interior já usaram os pavilhões de Alverca e Sobralinho, para modelos com pouco mais de 100 gramas. Contudo a utilização destes espaços requer uma constante burocracia e maioritariamente só são usados em dia de provas.
“Cheguei a lembrar a presidente da Câmara de Vila Franca de Xira na altura, Maria da Luz Rosinha, que nos faltava um campo para podermos treinar. Há características específicas para praticar a modalidade. Para o voo circular temos de ter uma pista com um diâmetro de 50 metros, para as outras categorias precisamos de medidas diferentes, mas o mais importante de tudo é que tem de estar vedado. Não podemos voar em qualquer lado. Somos federados e temos regras a cumprir. Se um avião se perde e bate num carro, num peão ou destruir propriedade alheia ficamos tramados”, refere Rui Fonseca, 71 anos, fundador e presidente do clube.
As salinas de Alverca e Póvoa e o terreno adjacente à Rua Combatentes da Grande Guerra em Vialonga são locais onde se encontram praticantes de aeromodelismo, tanto com modelos de aviões como com os actuais drones. Mas Rui rejeita correr o risco de fazer qualquer actividade nesses locais, referindo que há outros clubes a sofrer o mesmo problema com a falta de pista. Acabam por “ir bater à porta dos outros”, mas apesar da boa vontade de algumas entidades sentem-se limitados.
O clube está sediado no Centro Cultural do Bom Sucesso (Alverca), local onde faz a manutenção dos modelos e tem os instrumentos didácticos, mas sem pista para treinar também não consegue cativar alunos. Após a teoria os aprendizes querem pôr em prática o que aprenderam e o CAAR não tem como assegurar o lançamento dos aviões. Resta aos alunos esperar por um fim-de-semana onde acompanham elementos do clube às pistas. De momento o CAAR tem 22 praticantes, de várias faixas etárias.
Actualmente são Rui Fonseca e Luís Carapito que mais tempo têm para o clube. Rui teve conhecimento da modalidade quando trabalhava na OGMA, mas foi o filho, Pedro Fonseca, que o introduziu ao desporto. Em 1988 descobriu que o filho fazia aeromodelismo no Colégio Militar e conheceu o seu professor Loureiro Sousa, também presidente da Federação. Em 2006 decidiu criar em Alverca um clube, dada a ligação da cidade com a aviação.
Já Luís, engenheiro de 51 anos na OGMA, tomou contacto com a modalidade aos 16 anos num programa de TV de Júlio Isidro e achou curioso como aquelas pequenas peças funcionavam.
Os dois lembram o fraco interesse dos jovens em aprender a modalidade e dizem que cada vez menos se vê gente nova no desporto. Rejeitam também que o desporto possa ser caro. “Com cinco euros tens um modelo de aeromodelismo, o único custo é o motor, o resto é plástico e madeira trabalhada”, diz Luís.

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