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A arte urbana chegou às aldeias de Rio Maior
Animação. Alguns dos artistas deram a conhecer os seus trabalhos

A arte urbana chegou às aldeias de Rio Maior

Paragens de autocarro, postos de transformação da EDP e escolas desactivadas foram transformadas em telas para criações artísticas. E o espaço público ficou diferente e mais bonito em vários pontos do concelho.

A arte urbana chegou às localidades de Assentiz, São João da Ribeira, Ribeira de São João e Vila da Marmeleira, concelho de Rio Maior, através de intervenções artísticas em espaços públicos como antigos postos de transformação da EDP, paragens de autocarro ou escolas desactivadas.
O projecto “Arte Pública” da Fundação EDP está em todo o país, com o objectivo de democratizar o acesso à arte e permitir o envolvimento da população em novas experiências culturais. No concelho de Rio Maior a ideia foi desenvolvida no terreno pelas Produções Fixe, associação sediada na Vila da Marmeleira, através do projecto UniArt.
Primeiro foi necessário o assentimento das populações para se pintarem murais, que poderiam não ser muito bem interpretados pela comunidade. Fizeram-se assembleias com a população que ajudou a escolher, em Outubro de 2016, as propostas finais que foram executadas. “Por vezes temos receio pelo desconhecido mas explicámos que nada ia ser feito sem a validação da comunidade”, conta a
O MIRANTE Rita Camará, das Produções Fixe, durante a visita às obras dos artistas Nuno Alecrim, Samina, Priscilla Ballarin e João Seguro no dia 7 de Janeiro.
Várias paragens de autocarro estão pintadas com desenhos feitos pela artista brasileira Priscilla Ballarin e poemas do poeta Ruy Belo, natural de São João da Ribeira. “Gostei imenso de trabalhar aqui. Havia imensa gente que passava e que ia acompanhando todo o processo. Algumas ajudaram a pintar” conta a autora a O MIRANTE.
Nessas mesmas paragens estão pequenas caixas com livros. “A ideia é que as pessoas leiam e que depois os deixem nesta ou noutra paragem. As paragens de autocarro acabam por ser um ponto de encontro entre as pessoas”, explica. As paragens que estão pintadas foram as escolhidas pela população. A autora diz que ficou encantada com a obra de Ruy Belo por “falar do quotidiano, das pessoas, do simples da vida”.
Olinda Martins, 60 anos, é quem trata da casa onde ficaram instalados os artistas. “Gostei muito de conviver com eles. Também ajudei a pintar. Deviam fazer mais coisas destas. Quando olho para isto sinto uma alegria enorme. Estas imagens têm algo de especial”, conta.
Na apresentação do projecto que decorreu no Centro Cívico de São João da Ribeira estiveram presentes Margarida Pinto Correia, da Fundação EDP, e o presidente da junta de freguesia local, Leandro Jorge. O autarca diz estar habituado a “ver estas obras em grandes centros urbanos e quando chego à aldeia e vejo estes projectos fico de coração cheio”.
“Este projecto pretende trazer estímulos de fora através da cultura, através da arte. É misturar-se com as pessoas da comunidade, é ouvir quais são as suas dores e os seus prazeres, as suas histórias e as suas tradições e depois com artistas contemporâneos construir com a população ideias novas”, explicou Margarida Pinto Correia, que avançou que a ideia é criar uma rota como existe a rota do vinho. “Um estrangeiro que goste deste tipo de arte quando vem a Portugal não pensa em vir a São João da Ribeira. Mas se houver um catálogo sabe que este é um dos pontos a visitar”.

A arte urbana chegou às aldeias de Rio Maior

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