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Banco público reduz horário de atendimento dos balcões de Constância e Barquinha
CONTESTAÇÃO. Júlia Amorim não quer que único banco de Constância passe a funcionar apenas de manhã

Banco público reduz horário de atendimento dos balcões de Constância e Barquinha

Autarcas contestam essa medida imposta pela Caixa Geral de Depósitos e garantem que vão pugnar para que a mesma seja revista.

Os presidentes dos municípios de Constância e Vila Nova da Barquinha consideram inaceitável a redução de horários de atendimento dos balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) nos seus concelhos, afirmando que essa medida, resultante do processo de reestruturação do banco público, não serve as populações.
No caso de Constância, o horário do balcão da CGD vai passar a funcionar apenas da parte da manhã, entre as 8h30 e as 12h30. Situação que motivou uma reacção pública da presidente do município, Júlia Amorim (CDU), até porque se trata da única agência bancária existente na vila sede de concelho e que serve as freguesias de Constância e Montalvo.
“Confrontada com essa situação a câmara municipal informa que, tratando-se de um banco público e não obstante compreender a necessidade de reestruturação, as alterações não podem comprometer o interesse dos utentes em geral e dos trabalhadores por conta de outrem em particular”, diz Júlia Amorim, acrescentando que “já foram tomadas diligências necessárias junto das entidades competentes, com vista a inverter a situação descrita, devendo os interessados, se assim o entenderem, proceder da mesma forma”.
O presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire (PS), também reagiu dizendo ter tido conhecimento de que, “no âmbito do processo de reestruturação da CGD, algumas das agências do país sofrerão reduções de pessoal e no horário de atendimento ao público em Janeiro”.
A CGD é o único banco que existe no concelho de Vila Nova da Barquinha e deverá passar a ter atendimento aos clientes apenas da parte da manhã. A medida poderá atingir ainda outros concelhos do Médio Tejo, como Sardoal, Alcanena e Ferreira do Zêzere. “Verificamos, com enorme inquietação, que prosseguem a fuga de serviços públicos aos concelhos do interior, negligenciando serviços de qualidade e de proximidade aos cidadãos aqui residentes”, disse Fernando Freire garantindo que o município da Barquinha irá desenvolver diligências no sentido de reverter essa medida.

Deputados pedem esclarecimentos ao Governo
O grupo parlamentar do PS perguntou ao Governo se a Caixa “vai efectuar alterações ao horário de funcionamento das suas agências” no distrito de Santarém e que critérios fundamentam a medida. A medida “contraria os objectivos inscritos no Programa do XXI Governo Constitucional para combate à desertificação e para afirmação da sustentabilidade dos territórios de baixa densidade”, referem os deputados do PS eleitos por Santarém, Idália Serrão e António Gameiro.
Também o BE, através dos deputados Carlos Matias e Mariana Mortágua, questionou o Governo sobre se tem conhecimento de planos da Caixa para reduzir a oferta de serviços em agências localizadas em territórios de baixa densidade. Na pergunta, dirigida ao Ministério das Finanças, o BE lembra que a Caixa “é um banco público essencial ao desenvolvimento do país e, em particular, às regiões do interior de baixa densidade demográfica” pelo que “uma eventual redução da oferta de serviços da CGD, a par da fuga de serviços públicos dos concelhos do interior, só contribuirá para dificultar a actividade económica e, por consequência, para agravar desigualdades territoriais, nos mais diversos domínios”.
Já o PSD acusa o Governo de hipocrisia e recorda que “foi no concelho do Sardoal que foi apresentada pelo actual Governo aos autarcas da região, com toda a pompa e circunstância, a Estratégia de Valorização do Interior onde todos os princípios então anunciados contrariam a decisão agora tomada, valores e eixos que indicam precisamente o oposto da decisão agora comunicada pelo banco público”. E questionam, entre outras considerações: “Em que medida a redução do horário de funcionamento dos balcões da CGD nos concelhos do interior do país cumpre a Estratégia de Valorização do Interior?”, “De que forma a redução do horário dos balcões da CGD melhora a qualidade do serviço prestado aos cidadãos?” e se “Está previsto no Plano de Restruturação da CGD o encerramento de algum balcão do banco público no distrito de Santarém?”.

Os esclarecimentos da Caixa

O MIRANTE contactou a Caixa Geral de Depósitos para tentar obter esclarecimentos sobre as alterações ao funcionamento em alguns balcões, mas a resposta nada diz quanto ao número de agências afectadas na região. Fonte oficial da CGD alega que “não existe qualquer agência a encerrar da parte da tarde” e que as agências envolvidas nas mudanças, com excepção do serviço de tesouraria, encontram-se a prestar o serviço normal mas à porta fechada.“No processo de racionalização de funcionamento da rede de agências, em algumas delas o serviço de tesouraria ao balcão encerra durante o período da tarde, encontrando-se sempre disponíveis as áreas automáticas, permitindo toda a conveniência aos clientes nas operações de levantamentos e depósitos em numerário, bem como todas as transacções habitualmente disponibilizadas”, diz a mesma fonte.

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