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Romãs para Marcelo e beijinhos para todas

Romãs para Marcelo e beijinhos para todas

Dois grupos musicais, um de Torres Novas e o outro de Vila Franca de Xira, cantaram as Janeiras ao Presidente da República, em Belém. Regressaram às suas terras rendidos à simpatia e energia de Marcelo Rebelo de Sousa, que agradeceu a todos pessoalmente.

Foi por causa de uma perna partida que a Associação Cantares Vozes da Meia Via acabou, no passado dia 6 de Janeiro, a cantar as Janeiras ao Presidente da República. “Como fiquei em casa de baixa, tive muito tempo para pensar. Por isso, lembrei-me de inscrever o grupo para ir cantar as Janeiras ao sr. presidente e fomos seleccionados”, contou a O MIRANTE Fátima Rosa, fundadora e membro dessa associação do concelho de Torres Novas, um dos dez grupos musicais que foram escolhidos por Marcelo Rebelo de Sousa para apresentarem as suas canções no antigo Museu dos Coches, em Lisboa.
O critério para a selecção, como o próprio Chefe de Estado explicou no discurso de boas vindas aos grupos, foi mesmo a rapidez: “A escolha foi feita por ordem de chegada e os que hoje aqui estão representam também as três centenas que se inscreveram”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que desejou a “todos e a todas um ano cheio de felicidades pessoais”.
Cada grupo tinha dez minutos para cantar três temas e o Ribatejo foi representado não só pelo grupo de Torres Novas, mas também pela Universidade Sénior de Vila Franca de Xira. Foi Maria Josefa Soares, directora pedagógica da universidade e professora da disciplina de Danças e Cantares, que se lembrou de levar o grupo de 65 alunos – em Belém estiveram presentes 47 – para cantar as Janeiras a Marcelo. “Inscrevi-nos em Abril e tivemos a sorte de sermos escolhidos”, contou a O MIRANTE a também conselheira para a Igualdade da Câmara Municipal de VFX.

“O Presidente Marcelo é de uma categoria sem igual”
Para o grupo da freguesia de Meia Veia a apresentação não foi uma estreia: era a terceira vez que cantavam para a mais alta figura do Estado português (ver caixa), mas não poderiam estar mais felizes. “Não me pergunte por questões políticas que disso nós não queremos saber. Gostamos de cantar e é só isso e o Presidente Marcelo é de uma categoria sem igual”, disse Fátima Rosa, que fundou o grupo, na maioria composto por mulheres.
No entanto, existe um homem que é o fã número um da associação: Manuel Chaves, de 87 anos, marido de Teresa Chaves, de igual idade: “Adoro ouvi-las cantar, principalmente à minha mulher. Acompanho-as para todo o lado”, confessou, com um sorriso rasgado e o braço em volta da esposa.
A Associação Cantares Vozes da Meia Via é mais do que um grupo que se junta para cantar. “Também ajudamos nas festas da freguesia e reunimo-nos para conversar e para ajudar quem precisa”, explica Fátima, que sempre esteve envolvida na música: “Escrevo letras para festivais da canção e ensaio os participantes. Aliás, o meu filho também canta. A minha família esteve sempre ligada à música”, frisa Fátima, que ensaiou o grupo que levou a Marcelo Rebelo de Sousa três temas, dois deles com letra adaptada à visita.
No autocarro, disponibilizado pela Câmara de Torres Novas, seguiu também a vereadora da Cultura, Elvira Sequeira, uma das mais entusiasmadas fãs do grupo e que filmou a actuação da primeira fila. A seu lado esteve o presidente da câmara Pedro Ferreira, que acabaria por não ficar para o final da festa e por isso não provou o bolo-rei e o vinho do Porto que a Presidência da República ofereceu aos convivas, no final.
Apesar de serem centenas os participantes, o bolo chegou para todos, mesmo para os 47 alunos da Universidade Sénior de VFX que, trajados a rigor, levaram a Belém os cantares da Lezíria. Ofereceram romãs a Marcelo e nenhuma saiu de lá sem um beijinho do Presidente.

Grupo de VFX quer cantar para o Papa
“Estou mais nervosa do que eles”, confessava a professora Maria Josefa Soares ao nosso jornal, antes da actuação da sua turma de Danças e Cantares. “É sempre assim, fico um bocadinho apreensiva antes de começarmos”, dizia, com um sorriso. A actuação do grupo foi a penúltima, mas nem o tempo de espera esmoreceu a vontade dos 47 membros que cantaram pela primeira vez as Janeiras a um Presidente da República.
“Esta disciplina já tem seis anos e por agora estamos centrados no cantar português de raiz popular e nas danças de raiz popular portuguesa e estrangeira”, explicou Maria Josefa, que já tem planos para uma próxima apresentação da sua classe: “Quero levá-los a cantar ao Papa. Tenho esperança de que iremos conseguir”. Quanto aos custos da viagem, acredita que com a ajuda dos alunos e da comunidade irá angariar o valor necessário. Afinal, quem tem boca pode ir mesmo a Roma.

Ex-aluna canta Janeiras a Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa não fica na memória dos portugueses por ser apenas Presidente da República ou ex-comentador de televisão. Por alguma razão lhe chamam professor, e por ele passaram imensos alunos de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, onde leccionou durante muitos anos.
Cândida Feio foi aluna do professor Marcelo Rebelo de Sousa. Apesar de já ter terminado o curso em 1990, a advogada do Entroncamento refere que o presidente ainda se recorda dela. “Ele disse que era aluna dele, quando fui para o cumprimentar. Marcelo Rebelo de Sousa tem uma memória visual espantosa. Ele foi um dos meus mestres e agora é uma honra poder estar com ele e desejar-lhe um feliz ano de 2017, nas Janeiras” refere Cândida, integrante do Coro da Meia Via e ex-aluna do Presidente na cadeira de Direito Administrativo.

Vereadora rendida ao Presidente

A vereadora da Cultura na Câmara de Torres Novas, Elvira Sequeira (PS), acompanhou o Coro da Meia Via a Lisboa. A autarca confessa que não votou em Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República mas se fosse agora colocava a cruz nele. Esta é a terceira vez que o Coro da Meia Via actua para o Presidente da República. Anteriormente cantaram para Cavaco Silva quando este foi ao CRIT (Centro de Reabilitação Torrejano) e para Jorge Sampaio (PS). Em conversa com o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ramos Ferreira (PS), reforçou que de todas as actuações esta foi a melhor e que este presidente foi mais amável que os outros.

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