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Fulminante Manuel Serra d’Aire

Escrevo este email na sexta-feira 13 de Janeiro, para muitos dia de azar e que para mim é só mais um, pois não sou supersticioso, não tenho nada contra gatos pretos (desde que bem passados), caminho debaixo de escadas sem problemas e já parti uns quantos espelhos ao longo das minhas andanças por este vale de lágrimas. Aliás, se as sextas-feiras 13 fossem dias aziagos, aquele padre de Vilar de Perdizes que monta sempre um grande arraial nessas datas já estava ao pé dos anjinhos. Mas não, em vez disso parece que lhe saiu a sorte grande. Graças às sextas-feiras 13 passou a ser conhecido em todo o país e a sua terriola é mais famosa do que muita cidade, essa é que é essa!
Azar a sério teve o homem que tentou assaltar um banco em Torres Novas na véspera de sexta-feira 13 e acabou detido. O aspirante a ladrão simulou que tinha uma arma dentro do bolso do casaco para intimidar a funcionária e convencê-la a pôr-lhe o dinheiro num saco. Mas as coisas correram mal. Andava um polícia por ali e o assaltante lá foi engavetado. Mas como não há mal que sempre dure, o tribunal determinou que ficasse a aguardar julgamento em liberdade. Afinal de contas, se há tanto banqueiro vigarista à solta que fez voar milhões, parecia mal meter dentro um frustrado assaltante que nem um tusto conseguiu embolsar. Pode ser que com esta nova oportunidade as coisas para a próxima corram melhor...
Sorte nos dias que correm é também ligar a televisão e não apanhar, num dos muitos telejornais que agora há, notícias sobre os alertas da Protecção Civil dadas num tom como se o mundo estivesse para acabar. Aliás, em Portugal ninguém se pode queixar de apanhar uma insolação, uma gripalhada ou outro achaque qualquer por falta de zelo da Protecção Civil. Este país (tal como os escuteiros) está em permanente estado de alerta, seja por causa da chuva, do frio, do estado do mar, da geada, da neve, do vento, do calor, da seborreia ou dos bicos de papagaio.
E, claro, os sempre atentos telejornais pelam-se por essas coisas e noticiam as temperaturas negativas em Janeiro como se o país estivesse a enfrentar nova invasão de marcianos (sim, porque já cá andam alguns dissimulados). Assim é fácil inculcar a ideia que lá por Lisboa, naquelas populosas e climatizadas redacções, há muita gente que ainda não meteu na cabeça que é natural que no Inverno faça frio e que no Verão haja calor. Ao contrário de telespectadores como eu, que estão fartos de o saber e dispensavam tanto fabrico de chouriços sobre esse e outros assuntos comezinhos.
Como muito bem referes no teu último escrito, os nossos deputados andam numa lufa-lufa para mostrar serviço e fazem marcação cerrada não só à actualidade da sua região mas também ao que a concorrência vai fazendo. Recentemente, acerca do mau funcionamento da ETAR de Seiça que alegadamente está a poluir o rio Nabão, registou-se um dilúvio de perguntas ao Governo das mais diversas proveniências e houve até um partido que enviou dose dupla de questões. O que me leva a concluir que se o Governo fosse fustigado com tantas questões pelos deputados de outros distritos como é pelos de Santarém, não teria tempo para coçar a micose e muito menos para inventar mais taxas e impostos. E isso não seria necessariamente mau...
Saudações polares do
Serafim das Neves

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