Um conselho consultivo é assim uma espécie de faz de conta que isto é tudo muito democrático. No caso do conselho consultivo do Hospital de Santarém tem como funções apreciar, apreciar e emitir...recomendações. Apreciar os planos de actividade de natureza anual e plurianual; apreciar todas as informações que tiver por necessárias para o acompanhamento da actividade do hospital e emitir recomendações tendo em vista o melhor funcionamento dos serviços a prestar às populações...de acordo com os recursos disponíveis. Para fazer tais tarefas tem um presidente; um representante do município da sede do hospital; um representante da respectiva administração regional de saúde; um representante dos utentes, designado pela respectiva associação ou por equivalente estrutura de representação; um representante eleito pelos trabalhadores do hospital; um representante dos prestadores de trabalho voluntário no hospital.
Sabemos quem é o presidente do conselho consultivo e quem é que se apresenta como representante dos utentes (muito gostava eu de saber quantos associados tem a associação de utentes, onde funciona, onde podem ser consultados os estatutos e quando se realizou a sua última assembleia geral). Quanto aos restantes elementos, que até se aceita terem sido eleitos ou escolhidos, não se sabe quem são.
Mas pelos vistos não é preciso qualquer conselho consultivo. Se o auto intitulado representante dos utentes reúne três horas com o conselho de administração e emite recomendações, presumindo-se que também aprecie planos de actividade e outras informações, está tudo resolvido. Até porque as recomendações valem o que valem. Basta ver o destino que têm as centenas de recomendações que deputados fazem ao governo e que eleitos das assembleias municipais fazem às câmaras municipais.
Alexandre Fernandes Rocha