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Gráfica Almondina produz cerca de um milhão de livros por ano
António Lagarto, Padre Ricardo Madeira e João Godinho são três dos quatro administradores da empresa

Gráfica Almondina produz cerca de um milhão de livros por ano

Empresa de Torres Novas comemora um século de vida em 2018

A dois anos de completar um século de vida a Gráfica Almondina continua a crescer. Anualmente produz cerca de um milhão de livros, a grande maioria religiosos, sendo, actualmente, a maior gráfica da Igreja Católica em Portugal.
Propriedade da empresa Progresso e Vida, pertença da Diocese e Seminário de Santarém, a Gráfica Almondina dedica-se à impressão de livros, revistas, jornais e catálogos. Entre os jornais está “O Almonda”, semanário de Torres Novas que completa 100 anos em 2018, e do “Porta do Sol”, boletim informativo da Diocese. Apesar das receitas destes jornais serem simbólicas a empresa não pretende deixá-los pelo caminho devido à antiguidade e à presença da Igreja no meio.
Os administradores da Progresso e Vida consideram que o caminho trilhado pela Gráfica Almondina não foi fácil mas que o balanço é positivo. “Houve um crescimento grande da empresa com a mudança e ampliação das instalações para a Zona Industrial de Torres Novas, em 1997. Adquirimos algumas máquinas que necessitávamos na altura e isso foi muito importante porque passámos a dar uma melhor resposta aos pedidos que tínhamos. Quando nos mudámos do centro histórico da cidade esperávamos crescer mas superou as nossas melhores expectativas”, explica João Godinho, administrador e director comercial da empresa.
Um dos grandes saltos foi quando passaram a utilizar o sistema de impressão offset, em 1997. “Apostamos na modernização da impressão e a sua difusão em larga escala, o que nos permitiu melhorar o nosso trabalho significativamente e fazer tudo muito mais rápido”, refere o padre Ricardo Madeira, outro dos administradores da Progresso e Vida.
O último grande investimento aconteceu em Agosto de 2015 com a aquisição de uma máquina a quatro cores com torre de verniz que, segundo explicam, melhorou substancialmente a qualidade dos seus produtos e a capacidade de resposta. No entanto, a aposta tem sido num investimento contínuo o que tem acontecido regularmente entre 1997 e 2014. “Há sempre necessidade de renovar máquinas que com o tempo se tornam obsoletas”, realça António Lagarto, administrador e director financeiro.
A empresa tem a expectativa que com a vinda do Papa Francisco a Fátima, em Maio deste ano, haja um aumento na produção de livros, revistas e catálogos. Com uma equipa de 42 funcionários – entre os 21 e os 60 anos – a Gráfica Almondina aposta também na integração na empresa de pessoas com limitações que vêm de Centros de Reabilitação e Integração. Os administradores consideram que a estabilidade dos funcionários, a motivação, o empenho de todos, a qualidade do serviço e causar boa impressão nos clientes são os ingredientes do sucesso para continuarem a trabalhar em contínuo crescimento.

Os actuais administradores da empresa
A empresa Progresso e Vida é uma sociedade por quotas que tem como sócios a Diocese e o Seminário de Santarém. Actualmente a empresa é administrada pelo padre Ricardo Madeira, Augusto Batista (que não esteve presente na entrevista por motivos profissionais), João Godinho e António Largarto. Ricardo Madeira nasceu em Rio Maior, cresceu em Alcobertas e fez o seu percurso no seminário. Começou a sua vida de padre nas paróquias de Casével, São Vicente do Paul e Vaqueiros, no concelho de Santarém, seguindo-se os concelhos do Entroncamento, Vila Nova da Barquinha e Golegã. Encontra-se actualmente nas paróquias de Torres Novas, Meia Via e Olaia. Está na administração da empresa desde meados de 2014.
João Godinho nasceu em Moçambique e veio com seis anos para Torres Novas, de onde a sua família é natural. Começou a trabalhar na Gráfica Almondina durante as férias de Verão. Quando decidiu estudar à noite quis trabalhar durante o dia e, como nessa altura estavam a contratar pessoal na Gráfica candidatou-se e conseguiu o emprego. Já lá vão 27 anos. “Nunca tive outro patrão”, confessa.
Começou por trabalhar na área de acabamentos, tendo passado pelos sectores da impressão, fotocomposição e depois para a parte administrativa, onde lhe foram dadas algumas oportunidades. Entretanto passou para a parte comercial e continuou a crescer na empresa. Chegou a director comercial e, desde Janeiro de 2016, é um dos administradores nomeados.
Natural de Torres Novas e a viver na Golegã, António Lagarto chegou há empresa há 16 anos. Trabalhava nos serviços administrativos da Misericórdia quando foi convidado para trabalhar na área financeira da empresa. Aceitou e também é um dos administradores desde Janeiro de 2016.
Augusto Batista é natural de Proença-a-Nova e reside na Chamusca. Tem exercido as funções de sócio-gerente e vogal de algumas empresas de vários sectores de actividade e colabora na administração diocesana.

Tudo começou em Viseu

A Gráfica Almondina começou por chamar-se Tipografia São Miguel e teve a sua origem em Viseu. Foi adquirida em segunda mão por Alberto Dinis da Fonseca, natural da Guarda mas que exercia a profissão de Notário em Torres Novas desde 1909. Alberto Dinis da Fonseca decidiu comprar a tipografia para assegurar emprego ao jovem Miguel Lopes de Almeida que trabalhava na papelaria/tipografia Hintze Ribeiro, que fechara após a morte do seu proprietário.
No entanto, Miguel Almeida arranjou emprego na Câmara Municipal de Torres Novas e desistiu do sonho de ser tipógrafo. Alberto da Fonseca ficou a braços com uma tipografia e não percebia nada do ofício mas decidiu dar continuidade ao projecto. Em 1919 passou a imprimir o jornal “O Almonda”. Em 1928 muda a sua designação para Tipografia de “O Almonda” até 1947 quando passa a chamar-se “Gráfica Almondina”, nome que mantém até aos dias de hoje.

Gráfica Almondina produz cerca de um milhão de livros por ano

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